Depósitos das famílias recuam em agosto depois de quatro meses a crescer
Famílias retiraram 944 milhões de euros dos bancos em agosto, interrompendo quatro meses de crescimento, enquanto as empresas reforçaram poupanças em 2,6 mil milhões
Famílias retiraram 944 milhões de euros dos bancos em agosto, interrompendo quatro meses de crescimento, enquanto as empresas reforçaram poupanças em 2,6 mil milhões
Jornalista
A poupança das famílias nos bancos a operar em território nacional continua a crescer em termos anuais, mas a um ritmo cada vez mais lento. Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), em agosto, o total de depósitos atingiu 196,9 mil milhões de euros, mais 4,8% do que há um ano. Ainda assim, este aumento ficou ligeiramente abaixo do registado em julho (4,9%), prolongando para dez meses seguidos a tendência de desaceleração.
Comparando com julho, houve mesmo uma quebra mensal de 944 milhões de euros. Esta descida deveu-se sobretudo à redução de 830 milhões nos depósitos à ordem - que correspondem ao dinheiro disponível para movimentação imediata, como salários ou poupanças que podem ser usados a qualquer momento - e a menos 114 milhões nos depósitos a prazo, que são aplicações em que o dinheiro fica bloqueado por um período acordado ou que exigem aviso prévio para levantamento.
Com esta evolução, foi interrompida a fase de quatro meses consecutivos de crescimento, iniciada em abril. Os números de agosto ainda não são conhecidos, mas, em julho, a taxa média dos novos depósitos a prazo das famílias baixou pelo 19º mês consecutivo para 1,39%, um valor que coloca Portugal como o quinto país da área do euro com juros mais baixos nestes produtos.
Já as empresas seguiram uma trajetória diferente. O supervisor bancário revela que, no final de agosto, o stock de depósitos das sociedades não financeiras aumentou para 73,2 mil milhões de euros, mais 2,6 mil milhões do que em julho e mais 6,7 mil milhões do que no período homólogo.
Contudo, o BdP observa que a taxa de crescimento anual abrandou para 9,7%, depois dos 10,5% registados no mês anterior. Tal como nas famílias, também para as empresas a remuneração está em queda: em julho, a taxa média dos novos depósitos a prazo situou-se em 1,66%.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcdias@expresso.impresa.pt