Finanças pessoais

Crédito à habitação cresce ao ritmo mais rápido desde 2008

Crédito à habitação cresce ao ritmo mais rápido desde 2008
Luís Barra

Empréstimos para compra de casa aceleraram pelo décimo mês consecutivo em agosto, atingindo o ritmo mais rápido em 17 anos. Consumo mantém crescimento estável e empresas registam evolução mista

Os empréstimos para compra de casa tornaram a subir em agosto, registando um crescimento anual de 8,4%, o valor mais elevado desde julho de 2008.

De acordo com a nota estatística publicada esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), o montante global de crédito à habitação aumentou 786 milhões de euros em relação a julho, alcançando os 107,1 mil milhões de euros no final do passado mês.

No total dos empréstimos a particulares, o crescimento anual foi de 8,2%. Para além da habitação, também o crédito ao consumo e para outros fins aumentou: mais 175 milhões de euros face a julho, para um total de 33 mil milhões de euros. Em termos anuais, o crescimento manteve-se em 7,7%, igual ao do mês anterior. Dentro desta rubrica, os empréstimos para consumo subiram 6,8% e os destinados a outros fins avançaram 9,2%.

No detalhe do crédito ao consumo, o supervisor bancário revela que o crédito pessoal atingiu 13,1 mil milhões de euros, mais 56 milhões do que em julho, o que corresponde a uma subida anual de 7,1%; o crédito automóvel cresceu 45 milhões, atingindo 8,9 mil milhões, com um aumento anual de 9,7%; já os cartões de crédito recuaram 30 milhões, para 3,3 mil milhões de euros, embora tenham mantido uma variação anual positiva de 7,7%, igual à do mês anterior.

Olhando para o sector empresarial, o BdP detalha que o montante global de empréstimos caiu ligeiramente em termos mensais, mas continua a crescer em termos anuais. No final de agosto, o crédito às empresas era de 73,9 mil milhões de euros, menos 303 milhões do que em julho. Em comparação com agosto de 2024, contudo, registou-se uma subida de 4%, acima dos 3,6% verificados no mês anterior.

Segundo a nota estatística, as microempresas destacaram-se novamente, com uma variação anual de 12,7%, seguidas das pequenas empresas (3,4%) e das grandes empresas (0,7%), enquanto as médias empresas, pelo contrário, voltaram a reduzir o recurso ao crédito, com uma queda anual de 2,1%.

Por sectores, o crédito à construção e atividades imobiliárias acelerou para 8,2% (depois de 7,6% em julho). Já no agregado do comércio, transportes e alojamento, a taxa anual foi de 2,6%, mas com evoluções distintas: o crédito ao alojamento e restauração subiu 3,1%, ao comércio aumentou 4,2%, enquanto no sector dos transportes e armazenagem caiu 2,4%.

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