Finanças pessoais

Subida dos juros dos depósitos começou a abrandar em novembro e taxa média nem chega aos 3%

Subida dos juros dos depósitos começou a abrandar em novembro e taxa média nem chega aos 3%
Portugal continua a apresentar taxas de juro médias dos novos depósitos inferiores à média da zona euro e, por cá, já há descida de remuneração nos prazos mais longos, avançam as estatísticas do Banco de Portugal, confirmando uma tendência já noticiada pelo Expresso. Remuneração média nem chegou a 3%
Subida dos juros dos depósitos começou a abrandar em novembro e taxa média nem chega aos 3%

Diogo Cavaleiro

Jornalista

A subida da taxa de juro média dos novos depósitos concedidos em Portugal começou a abrandar logo em novembro, impedindo que a média alcançasse os 3%. É, ainda assim, a taxa mais elevada em mais de 10 anos. Mas Portugal continua a apresentar um valor médio inferior ao da zona euro.

“A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares subiu de 2,93% em outubro para 2,98% em novembro, o valor mais alto desde julho de 2012”, segundo indica o Banco de Portugal num comunicado enviado às redações esta sexta-feira, 5 de janeiro. A taxa de juro média estava a disparar nos últimos meses e, embora suba pelo 11º mês consecutivo, a subida foi muito mais ligeira do que nos meses anteriores.

Olhando para os prazos dos depósitos, já em novembro se vê uma descida nas aplicações com prazo acima de dois anos. A remuneração média mais elevada nos novos depósitos com prazo até 1 ano foi de 3%, face a 2,95% em outubro. “A remuneração média dos novos depósitos com prazo de 1 a 2 anos aumentou de 2,15% em outubro para 2,67% em novembro. Em sentido inverso, a remuneração média dos novos depósitos com prazo acima de 2 anos reduziu-se, de 2,13% em outubro para 1,99% em novembro”, conta o Banco de Portugal. A esmagadora maioria dos depósitos existentes em Portugal é até 1 ano.

O Expresso já deu conta de que no fim de dezembro os bancos começaram a baixar as remunerações nos depósitos com prazos mais alargados (12 e 18 meses), pelo que a tendência nos prazos acima de 24 meses já se vinha verificando desde o mês anterior.

Abaixo da média do euro nos particulares…

Segundo os dados do Banco Central Europeu, também divulgados esta sexta-feira, Portugal apresenta uma taxa inferior à média da zona euro, que se fixou em 3,33% em novembro; em outubro estava em 3,28%. Se os bancos nacionais pagam depósitos a taxas inéditas desde 2012, a média da zona euro recua mais e paga tanto como em 2009.

A taxa de juro que os bancos pagam para estacionar dinheiro no Banco Central Europeu está em 4%, ou seja, é isso que recebem quando fazem lá aplicações, o que mostra que decidiram não igualar a oferta aos seus clientes.

Entre os países do euro, a Estónia continua a apresentar valores mais elevados, de 4,04%, enquanto na Grécia a taxa estava em 1,8% em novembro, o valor mais baixo.

Portugal está abaixo da média do euro nos vários prazos acordados: até 1 ano, entre 1 e 2 anos, e acima de dois anos (neste último até bastante inferior à média praticada).

Nos depósitos à ordem, a taxa média em Portugal é de 0,02%, a terceira mais baixa da região. Aqui, a média da união monetária é de 0,36% em novembro, o que significa que os bancos portugueses também são menos generosos nos depósitos para utilização imediata.

"Em novembro, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 10.065 milhões de euros, menos 625 milhões do que no mês anterior", segundo o Banco de Portugal.

… E nas empresas

“Em novembro, a remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas foi de 3,4%, o que corresponde a um aumento de 0,09 pontos percentuais (pp) relativamente ao mês anterior”, nota ainda o Banco de Portugal. Na zona euro é 3,71%.

Mais uma vez, esta posição europeia é uma média mais elevada que a nacional.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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