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Bancos dizem-se surpreendidos por poderem vender certificados de aforro (mas não são obrigados a fazê-lo)

Bancos dizem-se surpreendidos por poderem vender certificados de aforro (mas não são obrigados a fazê-lo)
NUNO BOTELHO

Associação Portuguesa de Bancos (APB) diz que sector bancário foi surpreendido por Fernando Medina em relação aos Certificados, e que nem sabe quais as condições que serão acordadas. IGCP já tinha mostrado vontade de deixar de ter nos CTT um parceiro exclusivo. Instituições de pagamento como Easypay ou Raize também vão poder vender

Bancos dizem-se surpreendidos por poderem vender certificados de aforro (mas não são obrigados a fazê-lo)

Diogo Cavaleiro

Jornalista

Não é propriamente uma surpresa, mas não houve consenso prévio: o IGCP, instituto público que gere a dívida pública e que é responsável pelos Certificados de Aforro, já tinha mostrado vontade de que os bancos passassem a comercializá-los, tirando o exclusivo dos CTT. O Ministério das Finanças tomou a decisão, só que os bancos não foram envolvidos na negociação. Um ónus que Fernando Medina coloca agora no sector bancário.

Na passada sexta-feira, o Governo decidiu eliminar as condições da série dos Certificados de Aforro que estava em venda, que pagava uma remuneração inicial máxima de 3,5%, abrindo uma nova série de Certificados em que esse juro máximo passa para 2,5% (mas sempre dependente da Euribor, pelo que é inferior se ela estiver em patamares mais baixos). Outra novidade é que os bancos passam a poder vendê-los.

O que parece ter surpreendido as instituições financeiras: “Os bancos não tiveram conhecimento prévio, quer da decisão sobre os Certificados de Aforro, quer do pretendido envolvimento dos bancos na sua venda”, diz ao Expresso a Associação Portuguesa de Bancos, liderada por Vítor Bento e que integra os grandes bancos nacionais.

Uma posição da banca que pretende também tirar de cima da mesa as acusações de que estão a ser favorecidos, já que João Moreira Rato, que preside ao Banco CTT mas que tem no seu passado a visão de ex-presidente do IGCP, tinha pedido numa entrevista à CNN para interromper a subscrição de Certificados - e porque torna um dos concorrentes dos depósitos menos atrativo (que, ainda assim, continuam a oferecer remunerações muito inferiores).

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