McDonald’s sofre quebra nas vendas pela primeira vez desde 2020
O CEO da cadeia de fast food norte-americana afirma que os clientes se estão a ressentir face ao aumento dos preços
A McDonald’s registou o primeiro declínio nas vendas globais desde 2020, avançou o jornal britânico Financial Times esta segunda-feira. Nos três meses que antecederam o final de junho, as vendas da empresa caíram 1% em termos anuais, com declínios observados nos mercados internacionais e nos EUA.
Chris Kempczinski, CEO da McDonald's, reconheceu a mudança de comportamento dos consumidores durante a divulgação dos resultados da empresa, afirmando que os clientes se tornaram "mais exigentes com os seus gastos". Apesar de as receitas trimestrais se terem mantido estáveis em 6,49 mil milhões de dólares (5,99 mil milhões de euros ao câmbio atual) em comparação com o ano passado, o lucro líquido caiu 12% para cerca de 1,87 mil milhões de euros, ficando aquém das expectativas de Wall Street.
Os Estados Unidos, tradicionalmente um mercado forte para a McDonald's, registaram uma queda de 0,7% nas vendas no segundo trimestre. As vendas internacionais caíram mais de 1%, com a empresa a atribuir parte do declínio às tensões geopolíticas e à instabilidade económica. Especificamente, a McDonald's mencionou que a guerra em Gaza afetou negativamente o seu negócio em vários países do Médio Oriente, Indonésia e Malásia. Além disso, as vendas diminuíram em mercados importantes como China e França.
Joe Erlinger, presidente da McDonald's USA, destacou o impacto dos aumentos de preços nas escolhas dos consumidores numa carta aberta em maio. O presidente observou que o custo médio de uma refeição Big Mac aumentou 27% desde 2019, chegando a 8,59 euros nos EUA. Apesar disso, Erlinger apontou que os aumentos de preços de muitos itens do menu ainda estavam atrasados em relação às taxas de inflação.
O McDonald's opera mais de 40 mil restaurantes em mais de 100 países, com os EUA respondendo por aproximadamente 41% da sua receita de cerca de 23,6 mil milhões de euros no ano passado.
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