Com presença em Portugal há 37 anos, a Mapfre registou em 2023 lucros de 692 milhões de euros, para os quais a operação portuguesa contribuiu com 15,4 milhões de euros. Esta sexta-feira, em Madrid a seguradora prepara-se para aprovar em assembleia geral a distribuição de dividendos: 462 milhões de euros.
A seguradora multinacional liderada por Antonio Huertas há 13 anos está a atravessar "um bom momento", afirmou o gestor a um grupo de jornalistas portugueses em Madrid.
O principal mercado continua a ser o espanhol, mas o mercado brasileiro já ocupa a segunda posição e pode assumir maior peso em termos de prémios e receitas.
Portugal, onde tem uma quota de mercado de cerca de 10%, faz parte do mercado Ibéria, que tem como presidente executiva Elena Sanz, uma continuação do mercado espanhol na organização do grupo, que se encontra em 26 países.
Antonio Huertas fez um balanço da operação em termos globais e, questionado sobre a estratégia para Portugal, referiu que a estratégia da seguradora em terras lusas é "crescer mais".
Deu nota de que as parcerias com os bancos Santander e Bankinter na distribuição de seguros estão a ter "grande sucesso" e que o negócio "melhorou muito".
E fez questão de dizer que o crescimento orgânico está a correr bem, e assegurou: "não vamos sair de Portugal, é um país importante para nós".
Quanto a eventuais aquisições no mercado português para acelerar o crescimento, apenas disse que havendo oportunidades o grupo tem obrigação de as analisar.
"Estamos sempre abertos aos mercados, mas não vamos tomar decisões complicadas para o futuro", declarou o CEO da Mapfre Global.
No encontro com jornalistas portugueses estava também o presidente executivo da Mapfre em Portugal, Luís Anula, que indicou que para já não está em cima da mesa nenhuma aquisição em Portugal, mas havendo oportunidade a seguradora analisará.
AG aprova contas, estratégia e €462 milhões de dividendos
Com mais de 200 mil acionistas, dos quais a maioria pequenos acionistas, o grupo segurador espera ter casa cheia na assembleia geral desta sexta-feira, em Madrid. A multinacional prepara-se para distribuir 67% dos seus lucros aos acionistas.
O maior acionista é a Fundação Mapfre, com 70%, seguida de acionistas internacionais institucionais, 17%, e os restantes 13% estão nas mãos de pequenos acionistas. Para marcar presença na AG estes têm de ter mais de 1500 ações.
A Fundação Mapfre, com 70% do capital, vai receber 323,4 milhões de euros em dividendos.
A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) da Mapfre está nos 9%, um valor que o presidente do grupo diz que podia ser melhor, mas que reflete a exposição a riscos mais elevados em países emergentes (América Latina) e mesmo na Europa, onde as catástrofes naturais são cada vez mais frequentes.
O Expresso viajou a Madrid a convite da Mapfre.
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