Depois do pesadelo de janeiro com o modelo 737 Max, os executivos da Boeing enfrentam novos problemas, desta vez entre em relação aos trabalhadores, que querem ser aumentados, noticia a “Bloomberg”.
Em janeiro um avião 737 Max perdeu uma janela, num voo feito nos Estados Unidos. As ações da Boeing caíram a pique e a reputação da companhia norte-americana foi de novo ferida à boleia do modelo que já tinha dado dores de cabeça.
Desde 2018 os acidentes com este modelo vitimaram 436 pessoas, e obrigaram a Boeing a retirar temporariamente do mercado esta série, criada para responder aos modelos Neo, aviões de médio curso da Airbus.
Depois de um mês de janeiro a tentar ‘apagar fogos’, eis que surge um novo risco: uma rutura laboral.
Segundo noticia a “Bloomberg”, o maior sindicato da Boeing, a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais , ainda está ressentido com um acordo de 2014 que sacrificou pensões, garantiu aumentos mínimos e “amarrou” os trabalhadores durante uma década.
Agora, os líderes sindicais querem aumentos salariais de 40% ao longo de três ou quatro anos, encorajados pelo ressurgimento do movimento laboral nos EUA, pela escassez de trabalhadores aeroespaciais qualificados e pela pressão sobre a Boeing para estabilizar o trabalho nas suas fábricas.
As negociações deverão começar a 8 de março, mas uma greve não está descartada, podendo haver uma paralisação das fábricas de Washington e Oregon, nos Estados Unidos, onde se incluem as linhas de montagem do 737 Max.
E o cenário não é animador para os gestores da Boeing. Segundo disse à agência de notícias Ken Herbert, analista da RBC Capital Markets, “se há realmente um momento para chegar a um acordo que funcione para eles [sindicato], é agora” pois a Boeing não tem um novo avião para usar como moeda de troca e, com as taxas de desemprego perto de mínimos históricos, não pode ameaçar transferir a produção para o Sul.
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