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Uma estante “para guardar livros” ou “75.800 euros”: IKEA parodia Operação Influencer, mas não quer “contribuir para o debate partidário”

Anuncio do IKEA com referências ao dinheiro encontrado no gabinete de Vitor Escária.
Anuncio do IKEA com referências ao dinheiro encontrado no gabinete de Vitor Escária.
Nuno Fox

Apesar da referência à verba encontrada no escritório do ex-chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o IKEA diz não ter “qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma for, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no país”

“Boa para guardar livros. Ou 75.800 euros”: é assim que o IKEA, empresa multinacional sueca, promove uma estante na sua mais recente campanha publicitária. A sugestão - “ou 75.800 euros” - alude à quantia em dinheiro encontrada em São Bento, no escritório de Vítor Escária, que, à data das buscas da Operação Influencer, era chefe de gabinete de António Costa. Foi nesse dia que o primeiro-ministro anunciou o pedido de demissão, iniciando o processo que conduziu à convocação de legislativas a 10 de março.

Um outro cartaz publicita um edredão, “para se aquecerem sozinhos ou coligados”. Nas ruas, está ainda um mupi que faz referência ao sistema político que vigorou entre 2015 e 2019, e que unia as esquerdas em Portugal: uma manta é promovida com o mote “a nossa geringonça para o frio”.

Em comunicado enviado ao Expresso, a marca sueca que há cerca de 20 anos tem presença em Portugal sustenta que gosta de “desenvolver campanhas que reflitam a sua vida real”. Nesse sentido, escreve também o IKEA, a nova ação publicitária aborda “rotinas, conversas, discussões, mais e menos acesas, e o próprio humor" com que se aborda “os temas mais sérios”. De acordo com a empresa, os cartazes estarão espalhados pelas cidades nas próximas semanas. No entanto, o IKEA nega ”qualquer intenção ou propósito de contribuir, seja de que forma for, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no país".



“Olhamos para as nossas campanhas, e para nós próprios, com sentido de humor, e muitas vezes como forma de aliviar a tensão de um mundo com os nervos cada vez mais à flor da pele”, remata a empresa.

Num post na sua página na rede social X, Luís Jorge, copywriter na agência independente de publicidade e design Uzina, confessa curiosidade pela receção à campanha que ajudou a desenhar.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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