Preços das telecomunicações tiveram aumento superior à inflação em dezembro

Em dezembro, os preços das telecomunicações em Portugal subiram acima do valor da inflação homóloga. Segundo revela a Anacom (Autoridade Nacional de Comunicações), no último mês do ano os preços das telecomunicações aumentaram 6,4%, face ao mesmo mês de 2022, o que representa uma variação 5 pontos percentuais (p.p.) acima da taxa de inflação homóloga (1,4%).

Já em comparação com novembro, os preços das telecomunicações em Portugal subiram apenas 0,02%, indica a nota da reguladora do setor.

Considerando as variações homólogas de cada mês, no último ano os preços das telecomunicações subiram, em média, 4,1%.

Por subgrupo, “as taxas de variação média dos últimos 12 meses em Portugal foram de 6% nos serviços em pacote e 2,5% nos serviços telefónicos móveis”, indica a entidade reguladora, citando dados do Eurostat.

Olhando para a taxa de variação média dos últimos 12 meses, em Portugal esta foi 2,7 p.p. superior à verificada na União Europeia (UE). Portugal registou a oitava maior subida de preços entre os 27.

O país onde ocorreu o maior aumento de preços foi a Hungria (10,3%), enquanto o maior decréscimo deu-se na Áustria (-4,9%).

Desde o final de 2009 os preços das telecomunicações cresceram 14,7%, enquanto o IPC (índice de preços do consumidor, indicador que mede a inflação) cresceu 27,9%.

Se considerarmos o “período de 2017 a 2019, a variação acumulada dos preços das telecomunicações foi maioritariamente superior à variação acumulada do IPC devido aos “ajustamentos de preços” efetuados pelos principais prestadores ao longo dos anos”.

Mas em 2019 a “variação acumulada dos preços das telecomunicações passou a ser inferior à do IPC” devido à entrada em vigor de uma diretiva que “impôs um preço máximo às chamadas e SMS internacionais intra-UE”.

E nos anos 2021 e 2022 o IPC aumentou a um ritmo superior ao dos preços das telecomunicações.

Já na UE, os preços das telecomunicações caíram 8,7%, entre o final de 2009 e dezembro de 2023.

A Anacom indica ainda que as “as mensalidades mais baixas foram oferecidas pela Nowo em oito casos, num leque de 13 serviços/ofertas, enquanto a Meo e a Vodafone apresentaram as mensalidades mínimas para três e dois tipos de serviço/ofertas, respetivamente". Por sua vez, a "NOS não apresentou a mensalidade mais baixa em nenhum serviço/oferta".

Adicionalmente, em termos homólogos, registou-se um aumento de preços em 25 serviços/ofertas e uma diminuição em 14 serviços/ofertas.

Por prestador, em relação a dezembro de 2022, “a Meo aumentou a mensalidade de cinco serviços/ofertas e aumentou a mensalidade de dois serviços/ofertas", enquanto a NOS “aumentou a mensalidade de 10 serviços/ofertas e reduziu a mensalidade de um serviço/oferta”. Já a Vodafone “aumentou a mensalidade mínima de 10 serviços/ofertas considerados e reduziu a mensalidade de três serviços/ofertas” e a Nowo "diminuiu a mensalidade de oito serviços/ofertas".