Elon Musk, co-fundador e presidente executivo da Tesla, disse na segunda-feira, em várias publicações na rede social X, o antigo Twitter, que quer ter uma participação de pelo menos 25% na construtora de automóveis elétricos no âmbito dos seus esforços para torná-la numa empresa relevante na área da robótica e da Inteligência Artificial (IA). Sem essa participação mínima, afirmou, prefere desenvolver projetos fora da Tesla.
“Estou desconfortável”, disse no X, com “o desenvolvimento da Tesla para ser líder na IA e em robótica sem ter cerca de 25% dos poderes de voto. O suficiente para ser influente, mas não tanto que não possa ser contrariado. Se não for o caso, preferiria criar produtos fora da Tesla".
“Sobre se ser acionista é motivação suficiente, a Fidelity [fundo de investimento norte-americano] e outros têm participações semelhantes à minha, porque é que não aparecem para trabalhar?", ironizou. Musk detém atualmente cerca de 13% da Tesla.
Segundo a Reuters, em notícia desta terça-feira, 16 de janeiro, Elon Musk disse que o objetivo inicial era obter essa participação mínima de 25% através de uma estrutura com base em ações de duas classes - isto é, umas com mais direitos de voto do que outras. Esse objetivo cai por terra depois da entrada da Tesla em bolsa, já que a criação de estruturas duais não é permitida já com o capital disperso.
“É uma loucura que uma estrutura acionista com diversas classes como a da Meta, que dá o controlo às próximas 20 gerações de Zuckerbergs, seja algo normal antes da entrada em bolsa, mas que até uma estrutura dual razoável não seja permitida depois da entrada em bolsa”, contestou Musk.
A Reuters recorda que Musk, a personalidade mais rica do mundo de acordo com o ranking da revista Forbes, está neste momento a ser alvo de um processo do acionista da Tesla Richard Tornetta, que contesta a remuneração atribuída ao CEO da construtora automóvel. Alega que os substanciais pagamentos, acima do normal, serviram para permitir a Musk não trabalhar a tempo inteiro na Tesla.
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