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Ministério da Cultura defende que Global Media “deve assegurar o pagamento dos salários”

Ministério da Cultura defende que Global Media “deve assegurar o pagamento dos salários”
Fernando Veludo/Lusa

Governo “acompanha com preocupação” a situação no grupo, que anunciou nesta quinta-feira o não pagamento dos salários de dezembro, considerando tratar-se de “uma situação crítica, com consequências dramáticas para os trabalhadores”

Depois de na tarde desta quinta-feira a administração da Global Media ter comunicado não existirem “condições que permitam o pagamento dos salários” do mês de dezembro, o Ministério da Cultura emitiu um comunicado em que afirma que o grupo “deve assegurar o pagamento dos salários devidos, podendo, no limite, desencadear os mecanismos necessários para que o Fundo de Garantia Salarial seja acionado”.

A nota enviada à comunicação social realça que “o não pagamento de salários é uma situação crítica, com consequências dramáticas para os trabalhadores”. “O Governo acompanha com preocupação as notícias sobre a Global Media, grupo que detém, entre outros, a rádio informativa de maior alcance geográfico do país e quatro jornais diários com importante património histórico e profundo enraizamento social”, pode ler-se.

Para o Governo, o “ambiente de instabilidade que hoje se vive nas redações da Global Media corresponde a um empobrecimento do pluralismo informativo, que comporta sérios riscos para a democracia”. O grupo detém títulos como o “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, “O Jogo” e TSF.

O comunicado aborda também o “processo negocial com vista a que o Estado pudesse vir a assumir uma posição mais significativa na estrutura acionista da Agência Lusa”, salientando que “tal operação tinha um propósito estratégico e, como é evidente, não podia ser encarada como a solução para problemas de tesouraria de curto prazo eventualmente enfrentados por um novo acionista”.

E continua referindo que “a inexistência de um compromisso político com o principal partido da oposição inviabilizou esta operação, que teria permitido que o serviço da Lusa passasse a ser disponibilizado gratuitamente a todos os órgãos de comunicação social”.

O documento aponta ainda “a maior das perplexidades” pelo facto de, “após a entrada de um novo acionista num grupo económico”, acompanhada de “declarações de investimento no jornalismo”, se tenha passado para “afirmações de sentido contrário”. “Cabia aos investidores estarem informados sobre as circunstâncias financeiras do grupo em que decidiram investir, pelo que não é crível virem agora alegar desconhecimento.”

A nota informa que o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, dirigiu nesta quinta-feira uma carta à Entidade Reguladora para a Comunicação Social “indagando sobre as consequências da crise deste grupo de comunicação social para o pluralismo da informação em Portugal, uma vez que tal grupo detém um conjunto de títulos fundamentais para assegurar a diversidade da oferta mediática, quer do ponto de vista da informação de proximidade, quer à escala nacional”.

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