Horta Osório junta-se a fundo de investimento para comprar a Altice Portugal, noticia o “Financial Times”
António Horta-Osório. Foto: Credit Suisse
Gestor português junta-se a fundo de investimento norte-americano para adquirir os ativos da empresa, podendo estar em cima da mesa uma proposta de mais de seis mil milhões de euros
António Horta Osório e o fundo de investimento Warburg Pincus preparam-se para oferecer 6 mil milhões de euros pelos negócios da Altice em Portugal, noticia esta quarta-feira o “Financial Times”, que cita fontes próximas do processo.
De acordo com o diário, o ex-CEO do Grupo Credit Suisse e do britânico Lloyds é mais do que um consultor do fundo, tratando-se de um potencial negócio em "parceria". Neste momento, em Portugal, Horta-Osório está na administração da Impresa – proprietária do Expresso –, como vice-presidente, e do grupo José de Mello.
Porém, na ocasião, voltou a sublinhar a disponibilidade "para receber propostas" para os negócios em Portugal – que incluem a operadora Meo – e na República Dominicana. "Se e quando houver alguma coisa para comunicar será feito", disse ainda.
António Horta Osório e o fundo Warburg Pincus declinaram comentar o assunto ao “Financial Times”, que acrescenta ainda que o grupo tem recebido várias abordagens de empresas do sector e de fundos de investimento, entre os quais se contam o norte-americano Apollo. A agência Bloomberg noticiou na semana passada o alegado interesse da Saudi Telecom. A disponibilidade para ouvir interessados estará em aberto até ao fim de janeiro.
A operação portuguesa é considerada uma das mais rentáveis do grupo Altice, que também está nos mercados de França, onde foi fundado, Israel e República Dominicana. Patrick Drahi, fundador e presidente, precisa de reduzir uma dívida estimada em 60 mil milhões de dólares.
Em Portugal, está ainda a ser investigada a ligação da Altice a várias empresas fornecedoras, ligadas ao antigo sócio Armando Pereira, detido em julho e arguido do processo conhecido como “Operação Picoas”.