A Altice Portugal e o centro de dados da Covilhã estão à venda, mas não há ainda novidades sobre um potencial negócio. "Não foi tomada uma decisão final em relação à venda dos ativos em Portugal", afirmou o administrador financeiro do grupo Altice, Malo Corbin, numa conferência com analistas para responder a perguntas sobre os resultados do terceiro trimestre.
A afirmação foi feita depois de o gestor lembrar que a Altice "está disponível para receber propostas" para os seus ativos em Portugal e na República Dominicana. "Se e quando houver alguma coisa para comunicar [sobre potenciais negócios] será feito", sublinhou ainda.
A operação portuguesa é uma das mais rentáveis do grupo Altice, e está disponível para a venda. Não é, aliás, a primeira vez que a Altice testa a venda da dona da Meo, mas até agora não teve uma proposta satisfatória.
A Altice apresentou esta terça-feira os resultados trimestrais do grupo e nos primeiros nove meses do ano, a operação portuguesa, liderada por Ana Figueiredo, cresceu a dois digitos. As receitas aumentaram 11,6%, para 2159 milhões de euros, e o EBITDA (meios operacionais libertos) subiu 13,5%, para 781 milhões de euros, face a igual período do ano anterior.
Entretanto, a Altice France SA anunciou esta terça-feira que vendeu uma participação maioritária, de 70%, da sua operação de dados em França à Morgan Stanley Infrastructure Partners, por 535 milhões de euros. O negócio envolve apenas os centros de dados de França, detidos pela operadora SFR, também com parte da operação à venda.
O centro de dados da Covilhã, que também está à venda, fica fora desta operação. Há interessados no centro de dados da Covilhã, sendo o favorito do fundo de infraestruturas Horizon, de Sérgio Monteiro. A operação esteve para ser concluída em meados deste ano, mas ao que o Expresso apurou terá sido suspensa na sequência da Operação Picoas.
A Morgan Stanley, que tem sido parceira da Altice em outros negócios, vai ser então acionista da UltraEdge. Trata-se, explica o grupo em comunicado, de uma empresa de centros de dados da Altice que irá ser entretanto criada e que "compreende 257 datacenters e espaço de escritório atualmente operados pela SFR em toda a França". A operação avalia a UltraEdge em 764 milhões de euros.
"A SFR celebrará com a UltraEdge um acordo de construção sob medida, pelo qual a SFR deverá gerar aproximadamente 175 milhões de euros de receitas adicionais para a SFR nos próximos 7 anos", afirma a Altice.
A UltraEdge, avança ainda a Altice, "será o primeiro operador independente de centros de dados distribuídos a nível nacional em França, com mais de 45 MW (megawatts) de capacidade (...) e cerca de 33.000 metros quadrados de escritórios próprios distribuídos por todo o país". Estes centros de dados oferecem serviços de armazenamento aos clientes ligados à infraestrutura de fibra a nível nacional da SFR.
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