Empresas

Presidente da TAP continua a defender a privatização e avisa que o crescimento vai ser mais moderado no futuro

Luís Rodrigues, presidente do conselho de administração da TAP
Luís Rodrigues, presidente do conselho de administração da TAP
Ana Baião

Presidente da TAP perspetiva bons resultados para a companhia este ano e em 2024. E aponta para um crescimento na ordem dos 3% a 4% por ano. Sobre a futura localização do aeroporto, Luís Rodrigues prefere não tomar posição

Presidente da TAP continua a defender a privatização e avisa que o crescimento vai ser mais moderado no futuro

Anabela Campos

Jornalista

O presidente da TAP, Luís Rodrigues, recusou esta terça-feira pronunciar-se sobre as opções de localização do futuro aeroporto da região de Lisboa, referindo apenas que a sua missão é levar passageiros de um lado para o outro, seja qual for o aeroporto.

Recusando comentar futuras localizações, Luís Rodrigues opta também por esvaziar polémicas. “Desde que as condições sejam iguais para todos, não há problema nenhum”, sublinhou

Defensor da privatização da transportadora, Luís Rodrigues não quis alargar-se em comentários, mas admitiu que “não será fácil” concluir o processo no primeiro semestre de 2024, e defendeu que agora é preciso esperar pelo novo governo. "Entendo que [a privatização da TAP] é a melhor solução", afirmou ainda Luís Rodrigues.

“Eu não descarto nada, mas não depende de nós, é uma decisão do acionista”, respondeu quando questionado sobre se o cenário de privatização em 2024 está afastado. O gestor salientou ainda que a percentagem a privatizar é um assunto que só ao acionista Estado diz respeito.

O gestor admite, no entanto, que os potenciais interessados na privatização da TAP compreendem as condições políticas do país e aguardam por novidades. “Informalmente, todos [os interessados] têm dito ‘percebemos perfeitamente as condições políticas, estamos a aguardar’", explicou. Entre os interessados estão a Lufthansa, a IAG e a AIR France/KLM.


TAP confirma fim dos cortes salariais, presidente fala em “mal-entendido”

O presidente da TAP confirmou que em dezembro já não serão aplicados cortes salariais, uma vez que os novos acordos foram aprovados pelo Ministério das Finanças, tal como noticiou o Expresso na sexta-feira da semana passada. Luís Rodrigues admitiu que tinha havido "um mal-entendido por parte da administração" da TAP em relação à data de assinatura dos acordos de empresa, o que levou ao regresso dos cortes em novembro. Mas assunto agora já está resolvido, e os salários em dezembro serão pagos por inteiro.

“O mundo mudou muito, além do que se previa em 2020, crescemos a um ritmo impressionante, estamos numa boa condição, [por isso] não fazia sentido continuar com esses cortes salariais”, defendeu.

Já sobre a renegociação dos contratos com a Airbus, após suspeitas de a TAP estar a pagar mais pelo ‘leasing’ do que as congéneres, Luís Rodrigues explicou que o tema está “em permanente negociação” e que na quarta-feira a TAP e a fabricante de aviões vão reunir-se. “Mas está a correr bem”, realçou.

Satisfeito com os resultados da companhia, Luís Rodrigues, brincou dizendo depois da "tormenta" que foi o início de 2023, agora o objetivo é “que a TAP saia das notícias”. E recordou o “saco de pancada em que a TAP, numa CPI [comissão parlamentar de inquérito] que se tornou num evento mediático”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate