Corticeira Amorim vende menos, mas lucra mais 18%

Quebra de vendas na Unidade de Negócios Revestimentos explica descida na faturação da empresa, que vai pagar um dividendo de 0,20 euros por ação
Quebra de vendas na Unidade de Negócios Revestimentos explica descida na faturação da empresa, que vai pagar um dividendo de 0,20 euros por ação
A Corticeira Amorim fechou o primeiro trimestre do ano com vendas de 259,9 milhões de euros, 1,4% abaixo do ano anterior, mas viu os lucros crescerem 18%, para os 23,8 milhões de euros, anunciou a empresa esta segunda-feira, em comunicado enviado à CMVM em que refere o pagamento de um dividendo bruto de 0,20 euros por ação a 15 de maio.
A empresa liderada por António Rios Amorim, explica que “a queda das vendas da Unidade de Negócio Revestimentos foi determinante na evolução das vendas consolidadas” num trimestre em que as vendas da UN rolhas cresceram 5,9%.
“Em termos globais, em 2022, o primeiro trimestre foi o mais elevado em termos de crescimento de vendas, condicionando o comparativo para o período homólogo de 2023”, refere o comunicado.
O EBITDA consolidado subiu para 47,9 milhões de euros, valor que compara com 44,1 milhões um ano antes.
“Apesar dos impactos negativos dos maiores preços de consumo de cortiça e do aumento dos custos com pessoal, registaram-se neste período poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes de menores preços de energia e transportes”, nota a empresa.
O rácio EBITDA/Vendas subiu para 18,4% (16,7% em 2022).
No final de março, a dívida remunerada líquida ascendia a 166 milhões de euros, acima dos 129 milhões registados no final do ano passado. “O acréscimo das necessidades de fundo de maneio (59 milhões) e o aumento do investimento em ativo fixo (20 milhões), contribuíram para este crescimento da dívida”, explica o comunicado.
Por unidades de negócios, as rolhas somaram 204,9 milhões de euros (+5,9%), com uma evolução positiva em todos os segmentos de vendas.
Já na UN Revestimentos, as vendas ficaram nos 25,8 milhões de euros (-32,8% face ao período homólogo), “refletindo um decréscimo significativo dos níveis de atividade, decorrentes do contexto adverso dos mercados onde a UN opera, em linha com a tendência global sentida no sector de desaceleração da atividade, em particular no segmento de retalho/residencial”, diz a Corticeira.
“Apesar de ter beneficiado de menores custos de energia e de transporte, a rentabilidade nos primeiros três meses do ano foi penalizada pelos efeitos da desalavancagem operacional”, acrescenta.
A UN Aglomerados Compósitos registou vendas de 27,3 milhões de euros (-6,3% face ao período homólogo), um desempenho a indicar que apesar da “melhoria de mix de produto, da subida de preços e da valorização do dólar, a redução de volumes, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado, resultou numa queda face às vendas nos primeiros três meses de 2022”, precisa o comunicado
Já a UN Isolamentos teve um crescimento de 25,7% nas vendas, para 4,3 milhões de euros, em resultado da melhoria do mix de produto e do aumento de preços implementado.
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