Turismo

Hotéis portugueses nunca faturaram tanto por cada quarto como em julho

Hotéis portugueses nunca faturaram tanto por cada quarto como em julho
José Caria

Nunca as unidades hoteleiras portuguesas conseguiram tirar tanto rendimento médio de um quarto como em julho deste ano. Segundo o INE, o rendimento médio por quarto ocupado bateu nesse mês o recorde anterior de agosto de 2022, mês do primeiro verão no pós-pandemia

As unidades de alojamento turístico em Portugal nunca faturaram tanto por quarto como em julho deste ano, mês em que foi superado um máximo histórico no rendimento médio por quarto disponível, refletindo a subida dos preços no setor da hotelaria.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quinta-feira, mostra que o RevPAR, métrica que traduz o rendimento médio por quarto disponível foi de 92,4 euros, um aumento homólogo de 7,4%.

Já o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) foi de 137,9 euros, mais 9,7%, “neste caso registando um novo máximo histórico, após o anterior máximo ocorrido em agosto de 2022 (136 euros)”.

Face ao último mês comparável antes do impacto da pandemia da covid-19 (julho de 2019), estes indicadores ficaram 32,1% e 29,1% acima, respetivamente.

“O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu novos máximos históricos na Área Metropolitana de Lisboa (152,3 euros), na Região Autónoma dos Açores (129,4 euros) e na Região Autónoma da Madeira (111,6 euros)”, especifica o INE.

Crescimento dos proveitos desacelera

Em julho, as unidades de alojamento turístico receberam 3,2 milhões de hóspedes, um aumento homólogo de 4,2%; e registaram 8,8 milhões de dormidas, mais 1,5%. O que corresponde a 754 milhões de euros de proveitos totais, e a 597 milhões de euros de proveitos de aposento, um crescimento de 10,6% e 11,5%, respetivamente.

Apesar do crescimento homólogo, o total de proveitos do alojamento turístico em Portugal em julho não foi um recorde, já que o máximo histórico data de agosto de 2022, com 795,5 milhões de euros.

Este ritmo de crescimento representa uma desaceleração face aos do mês imediatamente anterior, de junho, altura em que os proveitos totais tinham crescido 13,8% e os de aposento tinham subido 15,3%.

Em comparação com o mês de julho de 2019 (ou seja, antes da pandemia), os proveitos totais foram 41% superiores, ao passo que os de aposento ficaram 42,4% acima.

O Algarve foi a região com maior parcela de receitas em julho, representando 36,2% dos proveitos totais e 35,5% dos proveitos de aposento.

Na lista seguiam-se a “Área Metropolitana de Lisboa (25,6% e 26,8%, pela mesma ordem), o Norte (13,6% e 13,9%, respetivamente) e a Região Autónoma da Madeira (9,1% e 8,2%, pela mesma ordem)”, detalha o INE.

No que toca a dormidas, em julho “entre os municípios com maior representatividade no total de dormidas, Albufeira continuou aquém dos níveis registados em 2019 (-10,9%). Destacou-se também Ourém, com o maior crescimento de dormidas (+27,2%) face a julho de 2022, tanto de residentes (+15,1%) como de não residentes (+34,5%)”, segundo o INE.

“No período acumulado de janeiro a julho de 2023, as dormidas cresceram 14,8% (+5,2% nos residentes e +19,4% nos não residentes), a que corresponderam aumentos de 26,1% nos proveitos totais e 27,7% nos relativos a aposento (+38,9% e +41,8%, respetivamente, comparando com o mesmo período de 2019)”, acrescenta.

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