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TikTok retoma serviço nos Estados Unidos após garantias de Trump na véspera de tomar posse

TikTok retoma serviço nos Estados Unidos após garantias de Trump na véspera de tomar posse
Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images

Num apelo para que a rede social não ficasse “às escuras”, o Presidente eleito prometeu emitir uma ordem executiva no seu primeiro dia de mandato para se chegar a um acordo e não punir as empresas que ajudaram a plataforma a manter-se ativa. Empresa agradece “clareza” de Trump e promete trabalhar com ele “numa solução a longo prazo”

TikTok retoma serviço nos Estados Unidos após garantias de Trump na véspera de tomar posse

Hélder Gomes

Jornalista

O TikTok anunciou este domingo que irá restaurar o serviço para os utilizadores dos Estados Unidos depois de o ter bloqueado na última noite. A ação surge na sequência das garantias dadas pelo Presidente eleito, Donald Trump, que toma posse esta segunda-feira e disse que reverteria a proibição da plataforma de vídeos no país.

Numa nota publicada na rede social X, a empresa agradece a Trump pela sua “clareza” na “garantia” dada aos prestadores de serviços de que “não sofrerão penalizações por disponibilizarem o TikTok a mais de 170 milhões de americanos e permitirem que mais de 7 milhões de pequenas empresas prosperem”.

“É uma posição forte a favor da Primeira Emenda e contra a censura arbitrária. Trabalharemos com o Presidente Trump numa solução a longo prazo que mantenha o TikTok nos Estados Unidos”, lê-se ainda na nota. A Primeira Emenda à Constituição americana impede o Congresso de fazer leis que limitem a liberdade de expressão, entre outras matérias.

“Não deixem o TikTok ficar às escuras”, pediu Trump

Depois de a proibição entrar em vigor, Trump deixou um apelo na sua rede social Truth Social: “Peço às empresas que não deixem o TikTok ficar às escuras! Vou emitir uma ordem executiva na segunda-feira para alargar o período de tempo antes de as proibições da lei entrarem em vigor, para que possamos fazer um acordo e proteger a nossa segurança nacional. A ordem também confirmará que não haverá responsabilização de qualquer empresa que tenha ajudado a impedir que o TikTok ficasse às escuras antes da minha ordem.”

O Presidente eleito acrescentou que “os americanos merecem” acompanhar a sua “emocionante” tomada de posse, além de outros eventos e conversas. Trump propôs ainda que a rede social fosse controlada em 50% por acionistas americanos.

A lei que proíbe o TikTok permite que o Presidente conceda um adiamento de 90 dias antes de a proibição ser aplicada, desde que determinados critérios sejam cumpridos. Em abril do ano passado, o agora Presidente cessante, Joe Biden, assinou uma lei que bania o TikTok a menos que o seu proprietário chinês, ByteDance, vendesse a empresa a um comprador não chinês.

Biden e Trump mudaram de posição sobre TikTok

Mas, como lembra a imprensa americana, tanto Biden como Trump mudaram de posição relativamente a este assunto. Durante o seu primeiro mandato presidencial, Trump defendeu a proibição do TikTok, comprometendo-se depois, na campanha para as eleições de novembro do ano passado, a salvar a aplicação.

E já depois de, na sexta-feira, o Supremo Tribunal ter aprovado a lei que bania o TikTok, a Administração Biden emitiu uma declaração em que dizia que não aplicaria a proibição, deixando essa responsabilidade para Trump.

Certo é que na última noite o serviço foi descontinuado nos Estados Unidos para voltar agora a estar disponível.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hgomes@expresso.impresa.pt

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