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Simplex do licenciamento não convence arquitetos e projetistas

Os atrasos no licenciamento urbano agravam os custos de construção de casas novas
Os atrasos no licenciamento urbano agravam os custos de construção de casas novas
joão carlos Santos

Medidas de simplificação do licenciamento como a comunicação prévia anunciadas pelo Governo existem há 24 anos.

O Governo remeteu para 27 de abril a apresentação de um simplex urbanístico, a terceira parte do programa Mais Habitação, do qual pouco se sabe. No texto do documento tornado público há um especial enfoque na ‘comunicação prévia’ — em que a apreciação do projeto é feita a posteriori pela autarquia —, com termo de responsabilidade do projetista e na aplicação de juros de mora às câmaras que não cumpram os prazos. Mas os analistas contactados pelo Expresso duvidam da eficácia de tais medidas.

A simplificação dos licenciamentos, uma das bandeiras do programa, é uma tarefa hercúlea. No processo de licenciamento existem cerca de 2200 diplomas legais, dos quais 1600 estarão ativos, e muitos deles contraditó­rios. Há também um Regime Jurídico da Edificação Urbana (RJEU) que remonta a 1951 e que carece de atualização. Acrescem 308 regulamentos municipais com exigências diferencia­das. Tudo isto permite que 90% dos licenciamentos municipais não cumpram prazos, segundo os arquitetos, ou que 70% dos processos cheguem mal instruídos, como na Câmara de Lisboa. E a métrica dos promotores imobiliários diz que um ano de atraso na aprovação de um projeto encarece o futuro imóvel em €500 por metro quadrado.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hmartins@expresso.impresa.pt

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