Imobiliário

Imobiliário dispara mesmo em concelhos pobres e a perder população

16 fevereiro 2023 23:10

Elisabete Miranda

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Jornalista

Raquel Albuquerque

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Sofia Miguel Rosa

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Jornalista infográfica

Pequenos concelhos, a perder habitantes e com baixo nível de rendimento, também viram a receita imobiliária disparar. Autarcas admitem construir casas para a classe média

16 fevereiro 2023 23:10

Elisabete Miranda

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Raquel Albuquerque

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Sofia Miguel Rosa

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Encontrar uma casa compatível com o nível de rendimento transformou-se num quebra-cabeças, mas a dificuldade está longe de ser um problema urbano. Nos últimos 10 anos as receitas com o Imposto Municipal sobre Transmissões (IMT) — um barómetro sobre a evolução dos negócios imobiliários — mais que triplicaram a nível nacional, mas há pequenos concelhos, com baixos níveis de rendimento e perda de população, a registar aumentos estratosféricos, bem acima da média nacional. Vistos gold, investimento estrangeiro, turismo e segundas habitações são algumas explicações para um fenómeno que, embora engorde os cofres das autarquias, arrisca a descaracterizar as pequenas terras, agravar a estratificação social e corroer a confiança nas instituições, alertam os especialistas.

Numa década, 60% dos municípios do continente mais do que duplicaram as suas receitas de IMT e 30% viram o seu valor triplicar, ou mais. Lisboa é, naturalmente, a autarquia que mais dinheiro encaixa com as transações imobiliárias e também viu a receita crescer substan­cialmente, mas está longe de ser a que deu o maior salto. Analisando a evolução dos dados concelhios, facultados ao Expresso por Maria José Fernandes, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e coordenadora do “Anuário Financeiro dos Municípios”, conclui-se que grandes centros urbanos como Lisboa, Porto, Sintra ou Gaia viram as receitas quadruplicar, quintuplicar ou até sextuplicar entre 2012 e 2021 (ver gráficos).