A Galp Energia avançou com a perfuração do poço Mopane-2X, na Namíbia, e “encontrou uma coluna significativa de petróleo leve em reservatórios de elevada qualidade”, informou a empresa portuguesa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira.
Numa nova atualização da informação prestada aos investidores sobre a descoberta petrolífera no offshore da Namíbia (um dos desenvolvimentos mais relevantes da história recente da Galp na exploração de hidrocarbonetos), a empresa reportou uma perfuração bem sucedida nos trabalhos previstos no bloco PEL83, que é explorado por um consórcio controlado em 80% pela Galp.
A empresa refere que o alvo da perfuração que foi agora feita encontrou níveis de pressão similares aos da descoberta feita no poço Mopane-1X, que fica oito quilómetros a leste. E isso confirma a existência de uma extensão lateral dos volumes de petróleo.
O consórcio da Galp irá agora deslocar o navio de exploração de volta ao poço original para realizar um novo teste de perfuração até ao início de abril.
“A Galp continuará a analisar os dados adquiridos nas próximas semanas”, explica a empresa. O objetivo é avaliar se a exploração destes reservatórios ao largo da Namíbia é comercialmente viável.
O presidente executivo da Galp, Filipe Silva, já admitiu, perante os analistas do mercado, que a petrolífera portuguesa poderá vir a acolher parceiros de investimento no projeto da Namíbia, caso decida avançar para a sua exploração comercial, mas primeiro precisa de analisar os dados dos testes feitos e a respetiva viabilidade.
Atualmente a maior parte da produção da Galp está no Brasil, um mercado onde a petrolífera portuguesa começou a investir há mais de duas décadas. Em Moçambique a Galp também já fez importantes descobertas de gás natural.
A descoberta na Namíbia poderá, se comercialmente viável, prolongar a aposta da Galp nos hidrocarbonetos, apesar de nos últimos anos a empresa ter feito uma aposta nas energias renováveis, designadamente na energia solar fotovoltaica e, mais recentemente, nos biocombustíveis e hidrogénio verde.
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