Energia

EDP: remuneração da gestão ultrapassou os €10 milhões em 2023, novo Conselho Geral será liderado por Lobo Xavier

Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo da EDP.
NUNO VEIGA

Os encargos da EDP com os seus executivos aumentaram no ano passado, revela o mais recente relatório de remunerações. Na convocatória para a assembleia geral de acionistas de 10 de abril fica confirmada a proposta de Lobo Xavier para liderar o Conselho Geral e de Supervisão, onde o advogado poderá auferir 592 mil euros brutos por ano

EDP: remuneração da gestão ultrapassou os €10 milhões em 2023, novo Conselho Geral será liderado por Lobo Xavier

Miguel Prado

Editor de Economia

O conselho de administração executivo da EDP, liderado por Miguel Stilwell de Andrade, teve em 2023 uma remuneração bruta de 10,2 milhões de euros, mais 18,6% do que os 8,6 milhões de euros de remunerações brutas registados pela EDP no ano anterior.

O mais recente relatório de remunerações da elétrica, publicado no âmbito da convocatória para a assembleia geral de 10 de abril, indica que os encargos da EDP com a gestão no ano passado se repartiram em 5,6 milhões de euros relativos à equipa do mandato 2021-23, e outros 4,6 milhões de euros relativos à remuneração diferida da gestão do mandato de 2018-20, quando a EDP ainda era liderada por António Mexia.

No que respeita à atual equipa de gestão, o elemento mais bem remunerado foi o presidente executivo, Miguel Stilwell de Andrade, com um total de 2,1 milhões de euros brutos, dos quais 970 mil euros de remuneração base no exercício de 2023, acrescidos de 411 mil euros de prémios relativos a 2022, cerca de 77 mil euros diferidos de 2021, e o restante de remuneração diferida do anterior mandato.

Em segundo lugar ficou Vera Pinto Pereira, com uma remuneração bruta de 1,53 milhões de euros, dos quais 679 mil euros de remuneração fixa em 2023, e o remanescente em prémios e remuneração diferida.

Rui Teixeira foi o terceiro executivo mais bem pago, com 1,3 milhões de euros no total, seguido de Ana Paula Marques, com 1 milhão de euros.

Lobo Xavier confirmado no novo Conselho Geral

O advogado e membro do Conselho de Estado António Lobo Xavier foi entretanto confirmado na lista proposta para o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, o organismo cuja função é fiscalizar a atividade da equipa de gestão.

Se a lista for aprovada pelos acionistas na assembleia geral de 10 de abril, Lobo Xavier irá presidir ao CGS, ocupando o lugar que era de João Talone.

As propostas para a assembleia de 10 de abril preveem que o presidente do CGS aufira uma remuneração bruta máxima de 592 mil euros por ano. Já os vogais do CGS terão direito a 80.500 euros por ano, embora esse montante possa crescer caso integrem comissões específicas dentro do CGS.

O CGS manterá 16 elementos, como até agora, incluindo cinco nomes a indicar pela China Three Gorges (maior acionista da EDP).

Mas há algumas alterações. Entre os membros portugueses, por exemplo, saem Luís Palha da Silva, Esmeralda Dourado e João Carvalho das Neves. Mas entram Gonçalo Moura Martins (antigo presidente executivo da Mota-Engil) e Sandra Maria Soares Santos (administradora do grupo BA Glass).

Novos estatutos deixam cair a designação “Energias de Portugal”

Na assembleia geral de acionistas de 10 de abril irá também a votação uma alteração aos estatutos da EDP, e uma das mudanças é na designação do grupo, que passará a ser simplesmente EDP SA, em vez de EDP - Energias de Portugal SA.

Também é eliminada a comissão de ambiente e sustentabilidade enquanto organismo formal, embora se deixe ao critério do CGS a criação de outras comissões.

E os novos estatutos preveem a definição clara da independência dos membros do CGS: só podem ter esse estatuto os elementos que não estejam associados a nenhum acionista com mais de 2% do capital da EDP ou que não tenham mais de dois mandatos no CGS.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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