Ørsted desiste de leilão eólico 'offshore' em Portugal

Jornalista
A dinamarquesa Ørsted deu um passo atrás na sua estratégia de investimentos e já não vai a ‘jogo' no primeiro leilão eólico offshore em Portugal, segundo anunciado esta quarta-feira, em comunicado.
A empresa dinamarquesa decidiu concentrar “o seu portfólio offshore nos EUA [Estados Unidos da América] no Atlântico Nordeste” e, assim, vai sair de outros mercados, como Noruega, Espanha e Portugal, e vai também deixar de priorizar “as atividades de desenvolvimento no Japão”.
De acordo com a empresa, os cancelamentos destes projetos e outras contenções vão permitir poupar 25 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 4,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) em investimentos entre 2024 e 2026.
A empresa ainda não estava presente em Portugal, mas ia participar no primeiro leilão eólico offshore no país, como noticiou o Expresso em outubro do ano passado. Na altura, João Paulo Costeira, gestor português que lidera o negócio de energias renováveis da espanhola Repsol, disse que a Repsol e a Ørsted, a sua aliada dinamarquesa para as eólicas no mar, iriam formalizar junto do Governo português a sua intenção de participar neste leilão.
Quando o leilão foi anunciado, estava previsto iniciar-se no final de 2023 e os resultados serem anunciados no início de 2024.
Além da Repsol/Ørsted, havia mais interessados. Segundo revelou o Ministério do Ambiente em novembro, o período de manifestação de interesse para o primeiro leilão para energia eólica offshore em Portugal atraiu o interesse de meia centena de empresas. Entre as empresas que manifestaram interesse encontram-se, por exemplo, a Ocean Winds (aliança entre EDP Renováveis e Engie), Galp (juntamente com a francesa TotalEnergies), Greenvolt, Iberdrola, Capital Energy, a norueguesa Equinor, a dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners e as alemãs RWE e BayWa.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt