Energia

REN investe €5 milhões para certificar gasodutos para que possam receber hidrogénio

REN investe €5 milhões para certificar gasodutos para que possam receber hidrogénio
NUNO FOX

A REN espera obter até ao final deste ano as certificações para poder injetar até 10% de hidrogénio verde na rede de transporte de gás e até 20% na de distribuição. E até final de 2024 deverá obter certificação para 100% de incorporação de hidrogénio

REN investe €5 milhões para certificar gasodutos para que possam receber hidrogénio

Miguel Prado

Editor de Economia

A REN - Redes Energéticas Nacionais já investiu 5 milhões de euros nos processos de certificação das suas infaestruturas de gás natural, para que possam vir a receber hidrogénio verde, informou esta quinta-feira a empresa em comunicado.

“O objetivo é conseguir esta certificação para injeções até 10% de hidrogénio misturado com gás natural na rede nacional de transporte de gás (RNTG) e armazenamento subterrâneo do Carriço (AS Carriço) e até 20% na rede de distribuição operada pela REN Portgás até final deste este ano”, explica a REN.

A empresa indica ainda que pretende até final de 2024 alcançar a certificação para poder injetar até 100% de hidrogénio nestas infraestruturas.

No mesmo comunicado, a REN sublinha que o seu programa de conformidade de ativos “cria condições para o cumprimento das metas de política energética do Governo português, nomeadamente a nível do hidrogénio verde”.

“A certificação é mais um passo para incorporar gases renováveis na rede de gás nacional, em particular o hidrogénio que, contrariamente ao biometano, carece de adaptações adicionais nas infraestruturas”, explica a REN.

A empresa começou já em 2022 a realizar estudos técnicos e contratou desde então mais de uma dezena de entidades para trabalharem no processo de adaptação das infraestruturas. “Os trabalhos estão a ser acompanhados e avaliados por uma entidade certificadora independente”, refere a REN.

Recorde-se que no início deste mês a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) emitiu o seu parecer ao plano da REN para a rede de gás para a próxima década, manifestando reservas e críticas aos avultados investimentos previstos no documento, que contemplava encargos totais de 882 milhões de euros em 10 anos.

A ERSE considerou “prematura” a avaliação e autorização de projetos dedicados exclusivamente ao vetor hidrogénio, no montante de 414 milhões de euros.

A REN poderá ainda reformular o seu plano de investimento antes de apresentar a versão final ao Governo, que, em representação do Estado português (enquanto concedente da concessão explorada pela REN), poderá aprovar ou rejeitar os investimentos propostos pela empresa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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