A Galp e a francesa TotalEnergies estabeleceram uma aliança para explorar em conjunto “potenciais oportunidades na energia eólica offshore em Portugal”, de olho no plano anunciado pelo Governo para a promoção de 10 gigawatts (GW) de capacidade eólica no mar nos próximos anos, informou a Galp em comunicado esta terça-feira.
“As duas empresas irão trabalhar em conjunto para desenvolver potenciais projetos eólicos offshore ao longo da costa portuguesa. Esta parceria combina a forte presença e conhecimento do mercado português da Galp, com as competências da TotalEnergies em projetos eólicos offshore de grande escala (com um portfólio global de 12 GW) e uma presença ibérica em expansão”, realça a Galp, cuja presença nas energias renováveis está concentrada essencialmente nas fotovoltaicas (no passado a empresa iniciou investimentos na eólica em terra, sem sucesso).
Notando que as duas empresas “pretendem contribuir com as suas competências técnicas e conhecimento dos mercados energéticos para desempenharem um papel-chave no desenvolvimento do sector eólico offshore em Portugal”, a Galp salienta o “leque de oportunidades” que Portugal criou ao projetar o desenvolvimento de eólicas ao longo da sua “vasta linha costeira”.
“Estamos muito satisfeitos com esta nova parceria com a Galp, um dos players mais relevantes na Península Ibérica, que contribuirá para a nossa ambição de instalar 100 GW de capacidade global de geração renovável até 2030. A TotalEnergies é um dos protagonistas da transição energética na Europa. A energia eólica offshore reforçará as atividades renováveis da TotalEnergies em Portugal, onde temos um portfolio total de mais de 1 GW de projetos solares e eólicos em operação ou em desenvolvimento” afirmou, citado no comunicado, Olivier Terneaud, vice-presidente da área de energia eólica offshore da TotalEnergies.
“A Galp planeia transformar a sua base industrial em Portugal para disponibilizar uma vasta gama de soluções energéticas de baixo carbono e as energias renováveis são a espinha dorsal desta transição”, afirmou, por seu turno, Georgios Papadimitriou, administrador executivo da Galp para as renováveis, novos negócios e inovação.
“Com o país a olhar para a energia eólica offshore, não poderíamos associar-nos a um melhor parceiro do que a TotalEnergies para explorarmos esta nova oportunidade”, acrescentou o gestor.
A TotalEnergies, uma das maiores petrolíferas europeias, tem em Portugal mais de 130 trabalhadores envolvidos na área das energias renováveis e uma carteira de mais de 550 megawatts (MW) de energia eólica e solar em desenvolvimento. Através da sua afiliada Total Eren, opera uma carteira de 545,1 MW de capacidade instalada de fontes renováveis, incluindo eólica em terra, solar fotovoltaica e hídrica.
Esta aliança vem juntar-se a outras manifestações de interesse nos leilões eólicos offshore que o Governo português quer lançar. No final de maio a portuguesa Hyperion anunciou uma parceria com a Corio precisamente para explorar estas oportunidades. Antes, a empresa Iberblue admitiu ter um projeto de 2,5 mil milhões de euros para Portugal na área da eólica no mar. E a Copenhagen Offshore Partners também já desvendou que tem planos para investir 8 mil milhões de euros num projeto eólico offshore em Portugal, ao largo da Figueira da Foz. Também a Greenvolt já anunciou uma aliança com o grupo Bluefloat Energy para apostar nas eólicas no mar no mercado português.
O Governo pretende lançar o primeiro de uma série de leilões (que disponibilizarão uma capacidade total de 10 GW até 2030) no final deste ano, devendo os resultados ser conhecidos no início de 2024.
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