Hyperion e Corio aliam-se para concorrer às eólicas no mar em Portugal

Editor de Economia
A portuguesa Hyperion Renewables e a empresa Corio Generation, do grupo australiano Macquarie, estabeleceram uma aliança para desenvolver projetos eólicos offshore em Portugal, aproveitando os leilões que o Governo português pretende lançar a partir do final deste ano.
Em comunicado divulgado esta terça-feira, a Hyperion sublinha que “esta parceria combina o vasto conhecimento da Corio na preparação de leilões e avaliação de zonas marítimas com a longa experiência da Hyperion no desenvolvimento e gestão de projetos de energia renovável em Portugal”.
A Corio Generation, uma empresa do portfólio do Green Investment Group da Macquarie Asset Management, é um dos principais promotores de eólico offshore a nível global, com um portfólio de projetos de 30 GW na Europa, Ásia e Américas. A empresa com sede no Reino Unido foi nomeada na semana passada “Promotor Eólico Offshore do Ano” no Wind Investment Awards 2023.
O portefólio eólico flutuante da Corio inclui o projeto Grey Whale, de 1,5 gigawatts (GW), na Coreia do Sul, um dos maiores parques eólicos flutuantes do mundo. Adicionalmente, a empresa está a desenvolver vários projetos flutuantes na Europa, incluindo em França, Reino Unido e Noruega.
A Hyperion Renewables desenvolveu 640 megawatts (MW) de projetos (sobretudo fotovoltaicos) na Península Ibérica desde que a empresa foi criada, em 2006, pela mão dos fundadores, João Talone e Pedro Rezende, então saídos da EDP. A Hyperion mantém Pedro Rezende como chairman, enquanto Talone saiu da empresa, regressando à EDP, mas como presidente do conselhog geral e de supervisão.
No seu comunicado a Hyperion indica que tem uma carteira de projetos de 3,4 GW, entre centrais solares, eólicas, hidrogénio verde e baterias, sendo que nessa carteira se incluem 180 MW fotovoltaicos já em construção.
Os leilões eólicos offshore em Portugal têm atraído o interesse de diversas empresas, desde os alemães da BayWa, aos dinamarqueses da Copenhagen Offshore Partners, passando pela hispano-irlandesa Iberblue Wind. Também a dinamarquesa Orsted, alianda à espanhola Repsol, está a avaliar uma potencial participação nos leilões, além da Ocean Winds (EDP e Engie), entre outras.
O objetivo do Governo português é garantir o desenvolvimento de 10 GW de eólicas no mar até 2030, sendo que já no final de 2023 haverá um primeiro leilão, para quatro áreas marítimas, que permitirão a instalação de um total de 2 GW. Os termos concretos da licitação não foram ainda definidos.
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