

Há mais de uma década, quando Portugal estava no início de uma austera intervenção da troika, correram rios de tinta em torno do “desvio colossal” das contas públicas. Como em 2011 observava o então ministro das Finanças, Vítor Gaspar, estava em causa o trabalho “colossal” com que o Governo se confrontava para cumprir metas orçamentais perante o desvio detetado. Em 2011 não era só na contabilidade do Estado que havia um sinal vermelho. O sistema elétrico suscitava igualmente preocupações, com uma montanha de dívida tarifária pela frente, num setor acusado de viver protegido por rendas excessivas. Uma dúzia de anos depois, o tema da dívida tarifária está praticamente resolvido, mas persistem desafios na gestão do mercado. E um deles é o desvio, também ele colossal, entre as previsões que sustentam as tarifas reguladas de eletricidade e os preços realmente verificados.
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