“Reduzimos muito a dependência do gás russo”, defende a diretora-geral de Energia da Comissão Europeia

A dinamarquesa Ditte Juul Jorgensen é desde 2019 diretora-geral de Energia da Comissão Europeia, depois de cinco anos como chefe de gabinete da comissária Margrethe Vestager. No final de março esteve em Portugal, onde veio conhecer os projetos de investimento em curso em Sines. E, já em Lisboa, conversou com o Expresso sobre os principais temas que têm marcado a agenda energética europeia.

Como foi possível a Europa ter-se colocado nesta situação de tão elevada dependência da Rússia? O que é que falhou em relação às opções estratégicas na energia?

É importante reconhecer o significativo investimento nas mudanças de política [energética] ao longo da última década, que tornou a dependência mais baixa. Há vários fatores que levaram a essa elevada dependência que tínhamos (40% de dependência é claramente demasiado) e um deles é que o gás natural passou de uma pequena quota no sistema energético europeu para uma grande fatia. Foi um movimento de resposta às crises petrolíferas da década de 1970, em que a decisão foi diversificar as fontes de energia. O gás natural foi parte da resposta. Tivemos uma produção significativa de gás na Europa, mas essa quota baixou rapidamente, porque os campos de gás que estavam a ser explorados começaram a ficar vazios.

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