Em 2021, a produção de petróleo bruto na União Europeia (UE) voltou a cair, tendo atingindo o seu ponto mais baixo de sempre nos 17,5 milhões de toneladas, segundo revela o Eurostat esta segunda-feira. Ainda assim, a dependência da importação de petróleo e derivados caiu para o segundo valor mais baixo desde 1990.
O valor produzido em 2021 representa uma queda de 6% face a 2020.
Segundo o gabinete estatístico europeu, entre 1990 e 2004, a produção de petróleo bruto flutuou, mas sempre acima de 34,5 milhões de toneladas, atingindo um pico em 2004 de 41,7 milhões. Quase 20 anos depois, diminuiu para mais de metade.
No ano em análise, os maiores produtores de petróleo foram a Itália (4,8 milhões de toneladas), Dinamarca e Roménia (cada um com 3,2 milhões). Mas mesmo entre os maiores produtores houve um recuo face a 2020: em Itália a produção caiu 10%, na Dinamarca recuou 8% e na Roménia desceu 4%.
Dependência de importação de petróleo em mínimos
Depois de atingir o recorde de 96,78% em 2020, a dependência europeia de importação de petróleo bruto e derivados caiu para 91,67% em 2021, o segundo menor valor desde 1990 - apenas atrás do mínimo histórico de 91,66% em 1999.
“A dependência das importações registada em 2021 resultou conjugada das variações das importações líquidas (-0,3%), com as importações e exportações a crescerem +3,4% e +9,2%, e da energia disponível bruta (+5,3%). A produção primária também variou (-5,7%), mas tem uma influência menor no indicador devido ao seu nível relativamente baixo”, lê-se na nota do Eurostat.
Especificamente para o petróleo bruto, matéria-prima essencial para a indústria petroquímica e para os transportes, a dependência de importações diminuiu pelo segundo ano consecutivo. Em 2021 fixou-se em 95,2%, o nível mais baixo desde 2015.
“A redução registada em 2021 resultou do aumento das importações líquidas (+1,6%) e da energia disponível bruta (+2,5%)”, indica o gabinete.
De notar que, em 2021, a Rússia ainda não tinha invadido a Ucrânia, ou seja, estes valores não refletem ainda eventuais mudanças que as sanções possam ter trazido no âmbito da dependência energética.
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