Energia

Comissão Europeia lança banco de hidrogénio, com €800 milhões de apoios no primeiro leilão

Comissão Europeia lança banco de hidrogénio, com €800 milhões de apoios no primeiro leilão
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Bruxelas promete realizar no outono o primeiro leilão europeu de apoios a produtores de hidrogénio renovável, disponibilizando 800 milhões de euros em subsídios às empresas que apresentem os projetos mais competitivos

A Comissão Europeia vai pôr em marcha o banco de hidrogénio prometido em setembro por Ursula von der Leyen no ano passado. O primeiro instrumento será a realização de um leilão para apoiar os produtores de hidrogénio verde com 800 milhões de euros.

Recorrendo a verbas do Fundo de Inovação, Bruxelas realizará no outono o primeiro leilão, no qual as empresas com projetos de hidrogénio poderão licitar para obter subsídios, num determinado valor em euros por quilograma produzido, durante um máximo de 10 anos.

Nesse leilão receberão os apoios as empresas que apresentem as ofertas mais competitivas, ou seja, os mais baixos apoios à produção de hidrogénio.

“Ao cobrir a diferença de custo na União Europeia entre hidrogénio renovável e fóssil e ao aumentar a estabilidade das receitas, [o leilão] aumentará a capacidade de financiamento dos projetos, baixando os seus custos de capital”, explica a Comissão.

O banco de hidrogénio deverá ficar operacional no final deste ano e terá como funções principais criar um mercado europeu de hidrogénio, facilitar a importação de hidrogénio para a UE e coordenar os instrumentos de financiamento disponíveis.

Os 800 milhões de euros do primeiro leilão são apenas uma parte dos 3 mil milhões de euros que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia referido no ano passado como os fundos de arranque deste novo banco de hidrogénio.

Esta solução financia apenas uma pequena parte dos custos da aposta no hidrogénio verde. Segundo a Comissão, a concretização da meta de até 2030 a Europa consumir 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável implicará investimentos da ordem dos 335 a 471 mil milhões de euros.

No capítulo da subsidiação de projetos de hidrogénio, o Governo português já avançou, em dezembro do ano passado, com as linhas gerais de um primeiro leilão de hidrogénio e biometano, a realizar este ano, e que terá um funcionamento similar ao agora proposta pela Comissão para ser aplicado à escala europeia.

No caso português, o objetivo é, conforme o Expresso avançou, disponibilizar aos promotores de projetos apoios durante um período de 10 anos, fixando o preço que estes receberão pela injeção de gases renováveis na rede.

A base de licitação definida pelo Governo será de 127 euros por megawatt hora (MWh) no caso do hidrogénio verde e de 62 euros por MWh no caso do biometano. A Galp, como comercializador de último recurso grossista, será o comprador desses gases renováveis ao preço que venha a ser fixado no leilão. O custo da subsidiação será suportado pelo Fundo Ambiental.

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