Energia

Concorrentes na eletricidade, EDP, Endesa e Iberdrola juntam-se em campanha por "um inverno melhor"

Concorrentes na eletricidade, EDP, Endesa e Iberdrola juntam-se em campanha por "um inverno melhor"
D.R.

EDP, Endesa e Iberdrola, que em Portugal controlam 73% da comercialização de eletricidade, juntaram-se numa campanha em Espanha intitulada “Por um inverno melhor”, na qual lançam perguntas e respostas sobre o mercado

É pouco habitual as maiores elétricas do mercado ibérico juntarem os seus logotipos numa mesma campanha, mas aconteceu. Em Espanha, a EDP, a Endesa e a Iberdrola aliaram-se, juntamente com a associação do setor elétrico Aelec, para lançar a campanha “Por um inverno melhor”.

A iniciativa, que pode ser consultada aqui, visa dar resposta a um conjunto de questões sobre o setor elétrico em Espanha, e apresenta uma série de perguntas, como “por que sobe a luz?”, “o que se pode fazer para baixar o preço da luz?” ou “o que fazem as elétricas com os lucros”.

A esta última questão, os promotores da campanha respondem que “investem em energias renováveis, em redes elétricas e na distribuição de dividendos a centenas de milhares de pequenos acionistas”.

No site agora lançado, e perante a questão sobre como contribuem para a economia espanhola, a EDP, a Endesa e a Iberdrola também argumentam que “geram mais de 200 mil empregos e pagam em impostos quase metade do que lucram”.

A EDP, a Endesa e a Iberdrola estão entre os maiores grupos que há vários anos dominam o mercado ibérico de eletricidade (Mibel), não só com elevadas quotas na produção mas também na comercialização.

Em Portugal, os dados da ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos relativos a novembro de 2022 indicam que aquelas três empresas detinham no seu conjunto quase 73% do fornecimento de eletricidade no mercado liberalizado (a EDP Comercial com 41,5%, a Endesa com 18,6% e a Iberdrola com 12,5%).

Em número de contratos a quota conjunta das três empresas ultrapassa os 87% (EDP com 72,2%, Endesa com 10,5% e Iberdrola com 4,7%).

Recorde-se que 2022 foi o ano mais caro de sempre no que respeita aos preços grossistas da eletricidade, pressionados pelo disparo nas cotações do gás natural. O preço médio do Mibel em 2022 ascendeu a 167 euros por megawatt hora (MWh), contra os 112 euros por MWh de 2021. Até 2019, antes da pandemia, os preços médios do Mibel foram oscilando em torno dos 50 euros por MWh.

O aumento de preços a partir do final de 2021 levou os governos de Portugal e Espanha a implementarem um mecanismo ibérico, que entrou em vigor em junho de 2022, para limitar o efeito de contágio do preço grossista da eletricidade pelos preços do gás natural.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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