A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) alerta para as dificuldades extremas sentidas no terreno “na formalização dos pedidos das ajudas comunitárias” que evidenciam “as péssimas consequências de uma apressada e má reforma da Política Agrícola Comum (PAC)”.
Aquela organização diz, em comunicado divulgado esta quarta-feira, que se anteveem “grandes perdas nas ajudas, particularmente para as pequenas e médias explorações da agricultura familiar, para as zonas de minifúndio e para os baldios”.
A CNA nota ainda que as perdas nas ajudas diretas, a não elegibilidade ou redução de áreas de baldio, a extrema complexidade e exigências no acesso às medidas ambientais que afastam milhares de agricultores e as regras desajustadas da realidade do país “irão traduzir-se em cortes brutais nos apoios ao sector, cuja real dimensão será aclarada quando, em outubro, os agricultores começarem a receber os pagamentos”.
No mesmo dia que foi recebida na Comissão de Agricultura e Pescas na Assembleia da República, a CNA vem dizer que o Ministério da Agricultura podia, se quisesse, ter tomado outras opções, dentro da margem de manobra que tinha para desenhar o Plano Estratégico Nacional para o sector, “mas não ouviram as propostas da CNA, fecharam os olhos à realidade do país e escolheram prejudicar a agricultura familiar”.
Nestas circunstâncias, e para minimizar os impactos negativos deste Plano Estratégico da PAC, a CNA reclama ao Ministério da Agricultura que assuma a sua responsabilidade e que não penalize os agricultores prejudicados pelas novas regras, “seja por possíveis incumprimentos nas novas medidas ou por falhas que resultem da inoperacionalidade dos programas informáticos ou dos atrasos na divulgação de informação por parte da Administração”.
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