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Administração da Greenvolt considera "justo" preço oferecido na OPA pela KKR

Central solar de Tábua, da Greenvolt.
Central solar de Tábua, da Greenvolt.
D.R.

Relativamente ao preço de 8,3 euros por ação oferecido pela KKR, o conselho de administração da Greenvolt entende que "é justo"

O Conselho de Administração da Greenvolt considera "justo" o valor oferecido pela norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR) na oferta de compra do grupo português de energias renováveis, sustentando que capital acionista adicional permitirá "acelerar o plano de negócios".

"Sem prejuízo da existência de incertezas, o Conselho de Administração considera que o acesso da Greenvolt a capital acionista adicional [...], em termos que possibilitem acelerar o plano de negócios e um maior aproveitamento de oportunidades adicionais de investimento, poderia contribuir para um crescimento significativamente superior ao decorrente do atual plano de negócios da Sociedade Visada e conduzir a uma valorização da Greenvolt superior à refletida na contrapartida", lê-se num relatório elaborado pela administração sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) de ações lançada pela GVK Ómega, indiretamente detida a 100% por fundos assessorados pela KKR ou pelas suas participadas.

Relativamente ao preço de 8,3 euros por ação oferecido, o Conselho de Administração da Greenvolt entende que "é justo", tendo em conta que "representa um prémio de 95,3% face ao preço de subscrição das ações no âmbito da abertura de capital e de 47,7% face ao preço de subscrição das ações no âmbito do aumento de capital 2022".

Representa ainda "um prémio de 11,4% face à cotação do dia anterior ao da publicação do anúncio preliminar e um prémio de 32,1% face à cotação média ponderada das ações nos seis meses anteriores ao dia da publicação do anúncio preliminar", encontrando-se "em linha com os resultados das 'fairness opinions' preparadas pela Lazard e pelo Millenniumbcp, que consideram o valor justo".

"O valor por ação apresentado pela Oferente baseou-se num plano de negócios alinhado com as projeções dos analistas das instituições financeiras que cobrem as ações da Greenvolt, refletindo o posicionamento estratégico único e diferenciador da sociedade visada, mas também os desafios adjacentes, abrangendo, nomeadamente, aspetos comerciais, operacionais, fiscais, financeiros e jurídicos", refere.

Para o Conselho de Administração, e considerando os objetivos do plano de negócios da Greenvolt -- "que prevê um contexto de forte crescimento no setor das energias renováveis, assim como a geração de caixa" - o valor da OPA está, assim, "dentro de um intervalo de preços que captura a valorização" da empresa "no médio e longo prazo, tendo por base a sua atual estrutura de capital".

A oferta de compra da Greenvolt foi lançada a 21 de dezembro do ano passado pelo fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo e gerido pela KKR, tendo entretanto sido constituída, já este ano, a sociedade GVK Omega, com sede em Lisboa, para realizar a operação.

No relatório agora divulgado sobre a oportunidade e as condições da OPA, o Conselho de Administração da Greenvolt considera ainda que a oferta reconhece "o caráter diferenciador da estratégia" da empresa e "não implica modificações materiais na política de recursos humanos" da companhia.

Destacando que a oferente, no projeto de prospeto da OPA, "refere apoiar" os planos da Greenvolt de "explorar e desenvolver centrais de biomassa residual, projetos de energia fotovoltaica e eólica de larga escala, sistemas de armazenamento de energia através de baterias e projetos de produção descentralizada", a administração entende que esta estratégia "poderá ser alavancada e exponenciada", tendo em conta o potencial de crescimento perspetivado para o setor das energias renováveis.

Prevendo as condições da OPA que a oferente poderá assegurar uma participação de até 66,63% do capital social e dos direitos de voto da Greenvolt (assumindo que não há aquisição de ações em mercado), o Conselho de Administração insta cada acionista "a tomar uma decisão individual com base nos seus objetivos como investidor e acionista da Greenvolt".

Em janeiro de 2023, a Greenvolt tinha já anunciado um acordo com a KKR para a emissão de obrigações no valor de 200 milhões de euros, com maturidade de sete anos, passíveis de serem convertidas em ações da empresa.

Na altura, a empresa portuguesa defendeu, num comunicado, que este investimento ia permitir um "crescimento mais acelerado" da Greenvolt, potenciando ainda novas oportunidades de negócio.

A KKR é uma empresa de investimento "líder mundial que oferece gestão alternativa de ativos, bem como soluções no mercado de capitais e seguros", explicou na altura a Greenvolt.

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