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Birkenstock leva sapatada em bolsa: ações caem mais de 12% depois da estreia nos mercados

Birkenstock leva sapatada em bolsa: ações caem mais de 12% depois da estreia nos mercados
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A Birkenstock, produtora alemã de sandálias e sapatos, dispersou parte do seu capital em Nova Iorque e fechou o seu primeiro dia em bolsa com uma queda de quase 13%

A marca alemã de sandálias e sapatos Birkenstock entrou em bolsa na quarta-feira com o pé esquerdo: as ações perderam 12,6% na primeira sessão após a oferta pública inicial na praça de Nova Iorque, caindo para os 40,20 dólares (cerca de 37,89 euros ao câmbio atual) face aos 46 dólares (43,4 euros) de venda.

A alemã Birkenstock, produtora alemã de sandálias e sapatos, fechou o ano fiscal de 2022 com receitas de 1,2 mil milhões de euros. A decisão de dispersar o capital faz parte de uma estratégia dos seus acionistas maioritários - a família de Bernard Arnault, líder do grupo de bens de luxo LVMH, através da empresa de capital privado L Catterton - para pagar dívida, segundo a Reuters.

A oferta pública inicial desta icónica marca sediada na cidade de Neustadt tem sido encarada como um teste aos mercados, numa época em que as empresas estão a adiar a entrada em bolsa enquanto aguardam por tempos mais favoráveis. A entrada da Birkenstock em bolsa foi, segundo o Financial Times, a terceira maior do ano, angariando 1,5 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).

Porém, depois de um ano de 2022 em que estas operações quase desapareceram do mercado norte-americano, o final de 2023 está a ser aproveitado por várias empresas para testar as águas já há muito paradas das dispersões em bolsa.

A Birkenstock segue-se a outras empresas que começaram a cotar recentemente na bolsa norte-americana, como a produtora de semicondutores Arm e a empresa de entrega de compras de supermercado Instacart, que venderam parte do seu capital com avaliações muito inferiores às subjacentes em rondas de financiamento anteriores.

A subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA no último ano e meio, as taxas altas de inflação, a ameaça de contração económica e a volatilidade bolsista fizeram com que as condições de mercado se degradassem para as empresas interessadas em angariar dinheiro no mercado de capitais.

O maior custo do capital torna os investidores mais cautelosos nas suas apostas, tornando-os menos dispostos a pagar preços mais altos por ações, o que reduz o montante passível de ser angariado pelas empresas no mercado.

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