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Juros da dívida portuguesa poderão chegar perto de 5% daqui a um ano

Juros da dívida portuguesa poderão chegar perto de 5% daqui a um ano
MANUEL DE ALMEIDA

As declarações de Christine Lagarde perante os eurodeputados esta semana reforçaram o sentimento entre os investidores na dívida pública da zona euro de que os juros do Banco Central Europeu se vão manter em máximos durante um largo período em 2024. Depois da reunião de 14 de setembro, os juros das obrigações portuguesas a 10 anos subiram duas décimas e poderão chegar a 5% daqui a 12 meses, segundo as projeções do World Government Bonds

Juros da dívida portuguesa poderão chegar perto de 5% daqui a um ano

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

Os juros (yields) das Obrigações do Tesouro português a 10 anos subiram duas décimas desde a reunião do Banco Central Europeu (BCE), a 14 de setembro, onde se decidiu por uma nova subida das taxas em 25 pontos-base e se antecipou que, mesmo que haja uma pausa, os níveis máximos de aperto monetário se vão manter por um longo período. Os juros portugueses a 10 anos subiram de 3,4%, no dia anterior à reunião do BCE, para 3,6% na abertura da sessão desta sexta-feira, duas semanas depois.

Tendo em conta a perspetiva de níveis de taxas do banco central suficientemente restritivos por longo tempo, o algoritmo do portal World Government Bonds projeta um juro da dívida portuguesa a 10 anos de 4,96% daqui a 12 meses, um nível similar ao que se registava no início de 2014, na ponta final do resgate pela troika.

Apesar da subida dos juros da dívida portuguesa, o spread em relação à dívida alemã continuará a baixar. Atualmente está em 74 pontos-base e deverá descer para 68 em setembro do próximo ano. Este spread mede o prémio de risco que os investidores exigem para adquirir dívida portuguesa em relação ao custo da dívda alemã no prazo a 10 anos. O spread para a dívida portuguesa continuará a ser o mais baixo no grupo dos países periféricos do euro, que conta, além de Portugal, com mais 10 países.

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