Distribuição

Quanto ganha o Continente nos alimentos? 2,7 cêntimos por cada euro faturado, diz a empresa

Quanto ganha o Continente nos alimentos? 2,7 cêntimos por cada euro faturado, diz a empresa
Tiago Miranda

A margem de lucro da MC, dona do Continente, é de 3%, Nos formatos alimentares fica nos 2,7%, indica o grupo liderado por Cláudia Azevedo

Num momento em que o preço dos bens alimentares e as margens de lucro da distribuição estão na ordem do dia, a Sonae decidiu dar algumas indicações sobre o negócio na apresentação das contas de 2022, divulgadas esta quinta-feira. E garante que a margem de lucro nos formatos alimentares é de 2,7%.

Em euros, a MC, subsidiária da Sonae onde está o Continente, ganha 2,7 cêntimos por cada euro faturado nos alimentos, um pouco abaixo da margem de lucro relativa ao retalho alimentar em geral, que fica nos 3% (3 cêntimos por euro de vendas).

No comunicado de apresentação de contas, o grupo liderado por Cláudia Azevedo indica, também, que os lucros da sua unidade de retalho alimentar caíram 17,8% em 2021 e a rentabilidade do negócio caiu num ano em que “a inflação alimentar atingiu 19,5% no último trimestre e 13% no ano”.

Quanto às vendas da MC, somaram 6 mil milhões de euros, o que representa uma subida anual de 11,5% ou de 9,8% numa base comparável e a Sonae indica que “o crescimento do volume de negócios da MC ficou significativamente abaixo do aumento da inflação alimentar em Portugal, que foi de 13% em 2021”.

Quarto trimestre "mais negativo”

Aliás, a Sonae refere que os seus esforços para “suportar parcialmente o aumento de vários custos” contribuíram para “uma erosão da margem de rentabilidade de 59 pontos-base (0,59 pontos percentuais), para 9,4% em 2022”.

O resultado líquido recorrente atribuível aos acionistas da Sonae SGPS também caiu 16,7%, para 179 milhões de euros. No quarto trimestre, a variação é “ainda mais negativa”, com o resultado líquido recorrente a apresentar um valor negativo de 10 milhões de euros, que, diz o comunicado, reflete “o apoio às famílias e investimento em preço, a pressão nos custos operacionais e a desvalorização dos ativos”. Mas o resultado líquido reportado da empresa (ou seja, incluindo fatores extraordinários) aumentou 27,7%.

Nas contas, marcadas por um crescimento das vendas de 10,9%, para os 7,7 mil milhões de euros, a Sonae SGPS refere que a margem de EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subjacente de 2022 foi de 8,2%, refletindo uma queda de 0,4 pontos percentuais face a 2021, “devido ao esforço dos negócios de retalho em conterem o impacto da inflação nos preços do consumidor”.

Já o “EBITDA subjacente registou um desempenho inferior ás vendas ao crescer apenas 6% para 635 milhões, registando-se uma redução da margem operacional de 41 pontos base”, destaca o grupo, referindo, mais uma vez, que os negócios tiveram de “suportar parte da pressão inflacionária e do aumento significativo de custos, nomeadamente da energia”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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