Distribuição

"Campanha de desinformação" sobre preços: é assim que a presidente da Sonae se defende perante os seus trabalhadores

Cláudia Azevedo lidera a Sonae
Cláudia Azevedo lidera a Sonae

A líder executiva da Sonae diz que o nível de inflação dos produtos alimentares é um “fenómeno global” e fala em “campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar”

Não há dúvidas de que o setor da distribuição está sob pressão e ainda há muito por explicar relativamente aos preços praticados e à inflação alimentar, mas o setor garante que a culpa não está no lado dos supermercados. A presidente executiva (CEO) da Sonae até fala numa “campanha de desinformação”.

Na quinta-feira, o ministro da Economia, António Costa Silva, e a ASAE realizaram uma conferência de imprensa para divulgar uma estratégia para perceber o porquê da inflação alimentar estar a rondar os 20% quando a geral está na casa dos 8,2%, como mostram os mais recentes dados da inflação.

De acordo com as notícias que saíram na quarta-feira, a ASAE tem estado a fiscalizar os supermercados e encontrou casos em que as margens brutas dos produtos chegam aos 50%.

Perante estas críticas, já houve reação por parte do diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, que diz que “é inaceitável que lancem o anátema de serem os supermercados a aumentar os preços quando essa não é a realidade”.

Mas o responsável não foi o único. A presidente executiva da Sonae, Cláudia Azevedo, enviou na quinta-feira uma carta aos colaboradores do grupo, a defender a empresa (dona da marca Continente) referindo que não são os supermercados que estão a causar este aumento de preços.

“Nos últimos tempos, temos assistido, em Portugal, a uma campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar, com danos gravosos para a reputação do setor da distribuição alimentar”, escreve a CEO.

Para Cláudia Azevedo, “sendo certo que o nível de inflação dos produtos alimentares tem sido mais elevado do que a inflação média geral, a verdade é que se trata de um fenómeno global e com causas bem identificadas e associadas às cadeias de produção”.

Aliás, a CEO diz, inclusive, que as suas margens baixaram “para acomodar o aumento dos custos”. E termina: “Fazemos o que está certo. Sempre o fizemos e sempre o faremos”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

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