O preço do cabaz de bens alimentares essenciais aumentou 27% entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023, passando de 74,90 euros para 96,44 em 14 meses. O cálculo foi feito com base na monitorização de preços mensal feita pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que sublinha, nas suas conclusões, que os aumentos, depois de alguma estabilidade entre junho e setembro, aceleraram a partir do último trimestre do ano passado.
O estudo da ASAE foi apresentado esta quinta-feira, 9 de março, em conferência de imprensa no Ministério da Economia, em Lisboa, sobre o ritmo de subida dos preços dos bens alimentares, tido como injustificado pelo gabinete de António Costa Silva perante os custos de produção atuais.
Outra das conclusões da ASAE desta análise de preços ao longo dos últimos meses foi que, no ano passado, o retalho alimentar teve uma margem de lucro bruta - isto é, a diferença entre o preço de venda e o custo de produção, sem incluir impostos - superior a 50% em alguns bens alimentares essenciais como a cebola. Em produtos como ovos, laranjas, cenouras, e febras de porco, a margem bruta média de 2022 ficou entre os 40% e os 50%. Nas conservas de atum, azeite e couve coração, a margem bruta média foi de 30-40%; e no açúcar branco, óleo alimentar, e peixes como dourada a margem bruta detetada foicou, em média, entre os 20% e os 30%.
A monitorização dos preços pela ASAE no retalho mostra um grande diferencial as margens brutas de lucro entre janeiro e dezembro de 2022 em produtos consumidos por praticamente todas as famílias como o quilo de açúcar branco, que fechou o ano com uma margem bruta média de 23% quando doze meses antes esta era de 7%.
O litro de leite UHT meio gordo passou de uma margem de lucro bruta de 9% em janeiro para 18% em dezembro; no quilo de maçã golden as retalhistas passaram de ter uma margem bruta negativa de 2% em janeiro para 16% doze meses depois. A margem bruta média do quilo de robalo fresco nacional, por sua vez, cresceu de 2% para 7% num ano.
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