Os portugueses foram mais vezes às compras em 2022 do que em 2021, mas os seus carrinhos estão menos cheios. É essa a conclusão de um estudo realizado pela Kantar e analisado pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, que foi divulgado esta quarta-feira.
“A frequência com que os portugueses vão às compras aumentou 4% de 2021 para 2022, mas o volume médio de cada carrinho de compras diminuiu 13,2% no mesmo período”, indica a nota divulgada. O estudo indica que “60% das categorias de produtos de grande consumo registaram quedas no volume de compras entre 2021 e 2022”.
Assim, conclui-se que “com a inflação a tendência de ir mais vezes às compras, comprando menos em cada ida ao supermercado, aprofundou-se”.
Num ano marcado pela escalada da inflação, com mais idas ao supermercado, o gasto médio por compra diminuiu 5,5% em relação ao ano anterior.
Outra tendência apontada pelo estudo é que os “portugueses valorizam as marcas de fabricante”, inclusive em supermercados mais baratos ou com descontos: estas marcas estão presentes em praticamente 8 em cada 10 carrinhos de compras.
E ao longo do ano passado “os consumidores que encheram carrinhos exclusivamente com marcas de distribuidor (vulgo, marcas próprias) fizeram-no 26 vezes”. Por outro lado, os que escolheram só marcas de fabricante foram 32 vezes às compras.
Mudanças no consumo
De acordo com o estudo, “os consumidores procuram, cada vez mais, que lhes sejam comunicados claramente os benefícios dos produtos, sobretudo quando associados a um estilo de vida mais saudável (baixo teor em açúcar, produtos sem glúten ou biológicos, por exemplo)”.
"O consumo está em constante mudança, sendo preciso compreender, cada vez mais, o papel da inovação, o desenvolvimento dos novos espaços de consumo, as motivações e os benefícios procurados pelos consumidores", refere, citada na nota, Marta Santos, diretora de análise da Kantar em Portugal.
“Há uma transferência de uma parcela significativa do consumo para as marcas próprias dos retalhistas, muito por força do crescimento dos retalhistas, que disponibilizam ao consumidor um sortido muito fortemente constituído pelas suas próprias marcas” disse, citado na nota, Pedro Pimentel, director-geral da Centromarca.
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