Desde abril de 2022 que a Bitcoin, a primeira e principal criptomoeda em valor de mercado, não alcançava um valor tão alto. Esta segunda-feira, 4 de dezembro, a Bitcoin chegou a ser transacionada acima da barreira dos 41 mil dólares (cerca de 38 mil euros ao câmbio atual), continuando a recuperação que já vem mostrando desde meados de outubro.
A Bitcoin está a beneficiar de vários fatores. Um deles tem a ver com as expectativas para as próximas decisões de política monetária da Reserva Federal dos EUA, o banco central norte-americano: os mercados estão atualmente a antecipar cortes na taxa de juro mais cedo do que o previsto dado o abrandamento da atividade económica e o forte travão no ritmo de subida dos preços.
O setor dos criptoativos sofreu o impacto negativo da rápida reversão da política monetária do último ano e meio, na qual os bancos centrais interromperam um longo ciclo acomodatício para aumentarem as taxas de juro a alta velocidade. Uma medida necessária para combater as altas taxas de inflação, alegavam os banqueiros centrais; taxas essas que estão a cair atualmente mais rápido do que o previsto.
Outro elemento a dar força às valorizações é a possibilidade de a SEC, a entidade reguladora dos mercados de valores mobiliários nos EUA, poder vir a aprovar a comercialização de derivados financeiros com base na Bitcoin. Isto depois de a SEC ter assumido a derrota num processo que opunha o regulador a uma gestora de criptoativos interessada em lançar um ETF (fundo de índices cotados).
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