Uma quebra pronunciada nos preços do aço e dos isolamentos explica em boa parte o abrandamento no crescimento dos custos de construção em outubro, para 1,5% em termos homólogos. Os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira dão conta de uma redução estimada de 0,6 pontos percentuais (p.p) face a setembro no crescimento homólogo dos custos de construção de habitação nova.
Nas componentes do Índice de Custos de Construção Nova, o preços dos materiais apresentou uma variação homóloga negativa de 2,3% (-1,7% em setembro), enquanto a pressão dos custos com a mão de obra continua a fazer-se sentir neste indicador, com um aumento de 6,9% (menos 0,7 pontos percentuais que no mês anterior).
De notar que ambas as componentes mantêm uma trajetória descendente desde janeiro, com os custos do materiais a apresentar variações homólogas negativas desde abril.
Segundo o INE, o custo da mão de obra contribuiu com 2,8 p.p. (3,1 p.p. no mês anterior) para a formação da taxa de variação homóloga do índice e os materiais com -1,3 p.p. (-1,0 p.p. em setembro).
O aço para betão e os perfilados pesados e ligeiros, com um decréscimo de cerca de 20% em termos homólogos, são os materiais que mais influenciaram negativamente a variação agregada do preço.
O INE destaca ainda a chapa de aço macio e galvanizada e os materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização, todos com descidas de cerca de 15%. Já em sentido oposto, destacaram-se o betão pronto, as tintas, primários, subcapas e vernizes e os artigos sanitários com crescimentos homólogos de cerca de 10%.
Quanto à variação em cadeia, a taxa de variação mensal do índice foi de -0,5% em outubro, 0,9 p.p. inferior à do mês anterior, enquanto o custo dos materiais e o da mão de obra desceu 0,7% e 0,2%, respetivamente.
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