“Agora é a nossa vez de explorar”. Foi a forma que Donald Trump arranjou para explicar, na sua retórica muito própria, o que é a guerra de tarifas (taxas alfandegárias) que iniciou contra grande parte do mundo que acusa ter estado a ‘pilhar’ os Estados Unidos e que, no ano passado, se traduziu num défice comercial global, em produtos e serviços, de quase 1 bilião de dólares (cerca de 850 mil milhões de euros ao câmbio da altura).
Perante uma plateia de republicanos na gala do National Republican Congressional Committee em Washington DC, realizada na véspera, o presidente norte-americano defendeu o choque tarifário que, esta quarta-feira, chegou a um patamar mais elevado com a entrada em vigor de tarifas recíprocas entre 11% e 50% em relação a mais de oito dezenas de parceiros comerciais e com o anúncio de que as taxas sobre os produtos chineses ultrapassarão os 100%. No momento mais quente disse: “Muitos países nos exploraram de todas as formas. Mas agora é a nossa vez de explorar".
No entanto, à hora de almoço desta quarta-feira, decidiu recuar e concedeu uma pausa de três meses na aplicação das taxas recíprocas para 75 países, reduzindo a taxa nesse período para a taxa básica de 10%. A proposta de 90 dias de pausa já tinha sido avançada na rede X, no domingo, como a ideal pelo financeiro Bill Ackman, fundador da Pershing Square.
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