O Banco Central Europeu (BCE) não tem a vida fácil. O processo de desinflação (desaceleração da inflação) continua “bem encaminhado”, em direção à meta de 2% agora esperada, um pouco mais tarde, para 2026. Mas, as decisões do banco central da moeda única confrontam-se com uma situação de “incerteza fenomenal”, sublinhou Christine Lagarde, a presidente da instituição monetária, na conferência de imprensa em Frankfurt que se seguiu ao anúncio da sexta descida dos juros de referência, que baixaram, agora, para 2,5%.
A expressão “incerteza fenomenal” não é dela, mas foi usada na discussão destes dois dias de reunião por muitos governadores, revelou a francesa. O horizonte “não é preto ou branco”, disse Lagarde, para recordar que as mudanças geopolíticas e dentro da própria zona euro podem “até ocorrer em 24 horas”, e, deste modo, o BCE está “cada vez mais dependente dos dados económicos”. O lema de que o banco central não se compromete com decisões futuras, não antecipa o sentido de futuros movimentos, é cada vez mais vital. “Mais do que nunca temos de estar vigilantes”, reforça a presidente.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt