O Banco Montepio, liderado por Pedro Leitão, chegou a acordo com um dos sindicatos bancários (SNQTB) sobre a atualização da sua tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária, em 3%, para 2024. Mas a proposta de 3% foi recusada pelos três sindicatos afetos à UGT que vão recorrer à intervenção da Direção-Geral do Emprego e Trabalho.
Em comunicado, o Banco Montepio sublinha que esta atualização acordada com o SNQTB contemplará todos os trabalhadores “ativos e reformados das instituições subscritoras do Acordo Coletivo do Grupo Banco Montepio”. E refere que este aumento "representa um esforço significativo do grupo, face à sua estratégia e trajetória de ajustamento e normalização, caminho que tem vindo a ser prosseguido com a participação empenhada de todos os colaboradores".
Para o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) que estabeleceu o acordo com o Banco Montepio, afirma que “considerando o valor previsível da inflação no final de 2024, este acordo, irá permitir, pelo segundo ano consecutivo, recuperar uma parte do poder de compra que foi escandalosa e irresponsavelmente perdido em 2022”.
Mais o sindicato liderado por Paulo Marcos, que queria um aumento de 6%, sublinha que o acordo alcançado com o Montepio e também com os bancos subscritores do ACT, entre os quais o Santander, BPI e Novo Banco, “traduz um desfecho equilibrado, como sempre alavancado na forma responsável como o nosso sindicato se posiciona no sector bancário, e que procura dar resposta aos anseios que nos vão sendo transmitidos pelos nossos sócios”.
Promete agora avançar com as negociações com o BCP e o grupo Crédito Agrícola, entre outros com acordos individuais, “para salvaguardar os interesses de todos os bancários, ativos e reformados”.
Sindicatos da UGT rejeitam
O Mais Sindicato, SBN e SBC, afetos à UGT rejeitaram dia 19 de junho, após reunião com o Banco Montepio, o aumento de 3% para 2024.
Os sindicatos referem que “em fevereiro, o banco propôs 2% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária”, o que foi, “imediatamente recusado”. E que “desde então não houve qualquer evolução, até ter conhecimento, agora, de que há um sindicato que aceita fechar acordos por 3%”.
Na reunião da última quarta-feira, os três sindicatos afetos à UGT, “deixaram claro que não aceitarão aumentos de 3% com nenhuma Instituição de Crédito (IC), em nenhuma convenção de que sejam subscritores”, tal como fizeram com os sindicatos subscritores do ACT na mesa de negociações da Associação Portuguesa de Bancos.
“O mínimo que se exige é que esses excelentes resultados (lucros dos bancos) sejam partilhados com os trabalhadores, ativos e reformados”, afirmam os sindicatos.
E sublinham: "se os bancos têm margem para atribuir prémios – que não são iguais, não abrangem todos os ativos
nem são pensionáveis, e não chegam aos reformados – a solução é simples: deixem de subverter a negociação coletiva e canalizem essas verbas para as matérias contratualizadas, como níveis e cláusulas de expressão pecuniária".
E por isso, por se chegar a um impasse “todos os restantes processos onde não haja um acordo superior a 3% de aumento transitarão para a fase de conciliação no Ministério do Trabalho”.
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