Numa entrevista ao Financial Times, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, anunciou que o BCE está preparado para reduzir as taxas de juro no próximo dia 6 de junho, mantendo uma política monetária geralmente restritiva ao longo do ano.
"A menos que haja grandes surpresas, nesta altura há o suficiente no que vemos para remover o nível superior de restrição", afirmou Lane na entrevista publicada esta segunda-feira. O economista-chefe sublinhou a necessidade de manter uma posição restritiva para garantir que a inflação continua a diminuir e não estagna acima do objetivo do BCE. Ao longo do ano “as coisas serão acidentadas e graduais”, mas, “dentro da zona de restritividade podemos descer um pouco” os juros na próxima semana, diz o economista.
A 23 de maio, o Vice-Presidente do BCE, Luis de Guindos, já tinha dito que uma redução de 25 pontos base nas taxas de juro em junho parecia razoável.
"Mas existem alguns riscos: a evolução dos salários, o que se passa com a produtividade, os custos unitários do trabalho e a diminuição das margens de lucro, para citar os principais fatores. A isto juntam-se os riscos e as incertezas geopolíticas: a guerra da Rússia na Ucrânia, o conflito no Médio Oriente, as possíveis tensões no Sudeste Asiático. Temos de manter-nos muito cautelosos. Nada está predeterminado no que respeita a cortes ou alterações das taxas de juro", explicou em entrevista ao jornal austríaco Oberösterreichische Nachrichten.
Um mês antes, a 23 de abril, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, admitiu em entrevista ao Econostream que havia a possibilidade de o corte de junho nos juros ser de 50 pontos base (0,5%) e disse ainda que, para o total de 2024, o corte poderia chegar aos 100 pontos base (1%)
Outros decisores políticos do BCE, incluindo Isabel Schnabel, membro do Conselho de Administração, indicaram que não se deve esperar um segundo corte nas taxas tão cedo após junho.
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