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Economia

"Muitos" banqueiros da Fed duvidam da eficácia da subida de juros, revelam atas da última reunião

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos
Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos
Yuri Gripas/Reuters

Nas atas reveladas esta quarta-feira, relativas à reunião de 1 de maio, muitos membros da Reserva Federal norte-americana (Fed) manifestaram dúvidas sobre a eficácia restritiva da subida de juros. A descida da inflação ocorrida não gerou ainda “confiança” para decidirem iniciar um corte de juros

“Muitos participantes” na reunião de 1 de maio da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano liderado por Jerome Powell, manifestaram “dúvidas sobre o grau de restritividade” gerado pela subida dos juros que decorreu de março de 2022 até julho de 2023 e que elevou o custo do dinheiro nos Estados Unidos até 5,5%, revelam as atas publicadas esta quarta-feira.

Essa “incerteza” sobre a eficácia do aperto monetário realizado ainda não lhes permitiu ter “confiança” para avançar com um ciclo de corte nos juros. Mesmo o conjunto de dados sobre a inflação conhecidos até à data da reunião de início de maio “não aumentou essa confiança” de que o processo de desinflação (de descida da inflação) esteja a evoluir “sustentadamente” em direção ao objetivo de 2%.

As atas revelam que a “incerteza” deriva dos banqueiros centrais norte-americanos admitirem a “possibilidade de que as altas taxas de juro possam estar a ter impactos mais pequenos do que no passado”. Acham, ainda, que “o equilíbrio de longo prazo possa estar a um nível mais elevado do que no passado, ou que o crescimento potencial [da economia] possa ser mais baixo do que o estimado”.

No quadro desta “incerteza” e “falta de confiança”, a Fed decidiu manter as taxas de juro no intervalo entre 5,25% e 5,5% na reunião de 1 de maio e não antecipar qualquer estratégia de início do corte nos juros até final do ano.

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