“Muitos participantes” na reunião de 1 de maio da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano liderado por Jerome Powell, manifestaram “dúvidas sobre o grau de restritividade” gerado pela subida dos juros que decorreu de março de 2022 até julho de 2023 e que elevou o custo do dinheiro nos Estados Unidos até 5,5%, revelam as atas publicadas esta quarta-feira.
Essa “incerteza” sobre a eficácia do aperto monetário realizado ainda não lhes permitiu ter “confiança” para avançar com um ciclo de corte nos juros. Mesmo o conjunto de dados sobre a inflação conhecidos até à data da reunião de início de maio “não aumentou essa confiança” de que o processo de desinflação (de descida da inflação) esteja a evoluir “sustentadamente” em direção ao objetivo de 2%.
As atas revelam que a “incerteza” deriva dos banqueiros centrais norte-americanos admitirem a “possibilidade de que as altas taxas de juro possam estar a ter impactos mais pequenos do que no passado”. Acham, ainda, que “o equilíbrio de longo prazo possa estar a um nível mais elevado do que no passado, ou que o crescimento potencial [da economia] possa ser mais baixo do que o estimado”.
No quadro desta “incerteza” e “falta de confiança”, a Fed decidiu manter as taxas de juro no intervalo entre 5,25% e 5,5% na reunião de 1 de maio e não antecipar qualquer estratégia de início do corte nos juros até final do ano.
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