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FMI defende que os governos resistam às tentações eleitorais

FMI defende que os governos resistam às tentações eleitorais
Brendan Smialowski

Num ano em que se realiza um número recorde de eleições em todo o mundo, Vítor Gaspar, o responsável pelo Fiscal Monitor, do Fundo Monetário Internacional, alerta esta quarta-feira para o disparo da dívida ao nível mundial nos próximos cinco anos. A consolidação orçamental passou a ser fundamental

FMI defende que os governos resistam às tentações eleitorais

Carlos Esteves

Jornalista infográfico

O ano 2024 vai marcar um recorde de eleições em todo o mundo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) batizou-o de “o Grande Ano de Eleições”, seguindo a tradição de aplicar o adjetivo grande a eventos marcantes, como as grandes recessões. São quase nove dezenas de atos eleitorais e o FMI teme que os governos saídos dessa vaga não resistam à tentação de engordar as contas públicas.

O Fiscal Monitor, o documento de análise e recomendações em matéria orçamental divulgado esta quarta-feira, apela, por isso, à resistência à tentação eleitoral. O documento assinado pelo ex-ministro das Finanças português Vítor Gaspar, responsável pelo relatório, surge com o título “Porque o nosso mundo precisa de restrição orçamental no maior ano de sempre de eleições". O problema é que se os governos não mantiverem uma política de consolidação orçamental, a dívida pública mundial vai chegar perto dos 100% do Produto Interno Bruto (PIB) global daqui a cinco anos.

O aumento do nível de endividamento mundial é de quase seis pontos percentuais até 2029 e é alimentado sobretudo por três dinâmicas que a equipa dirigida por Vítor Gaspar considera preocupantes: a dívida do grupo das economias emergentes e em desenvolvimento aumenta 10 pontos percentuais do PIB respetivo; a China, a segunda maior economia do mundo, vê o rácio de endividamento disparar 22,5 pontos percentuais do PIB; e os Estados Unidos, a ainda maior superpotência económica, agravam o endividamento em 11,8 pontos percentuais. O Fiscal Monitor alerta, ainda, que, a manter-se o mesmo tipo de políticas em curso, a dívida pública da China e dos EUA deverá ter duplicado por volta de 2053.

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