Economia

Eurostat confirma inflação de 2,8% na zona euro em janeiro mas reduz inflação portuguesa para 2,5%

Eurostat confirma inflação de 2,8% na zona euro em janeiro mas reduz inflação portuguesa para 2,5%
Getty Images

A inflação em janeiro de 2024 na zona euro foi de 2,8%, confirmou esta quinta-feira o Eurostat, na segunda estimativa. A mesma entidade corrigiu a inflação portuguesa em janeiro para 2,5%, cortando uma décima à estimativa inicial

O Eurostat confirmou esta quinta-feira que a inflação na zona euro em janeiro de 2024 desceu para 2,8%, depois de ter registado 2,9% em dezembro passado. Trata-se da segunda estimativa do organismo de estatística da União Europeia, depois de a estimativa rápida ter apontado para os mesmos 2,8%.

Após uma aceleração em dezembro, a inflação na zona euro voltou a uma trajetória descendente. O processo de desinflação no espaço das 20 economias do euro reduziu a taxa de variação de preços no consumidor de um pico de 10,6% em outubro de 2022 para 2,4% em novembro passado e, agora, 2,8% no primeiro mês do novo ano.

Em relação à inflação em Portugal, avaliada em termos de índice harmonizado de preços no consumidor, o Eurostat aponta, agora, em segunda estimativa, para 2,5% em janeiro, em vez da previsão inicial de 2,6%.

Todas estas variações de preços são homólogas, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em cadeia - avaliando a variação de um mês para o seguinte -, a inflação caiu 0,4% na zona euro e em 14 das suas 20 economias, incluindo Portugal.

Refira-se que a inflação avançada pelo Eurostat para Portugal se baseia no Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, que é distinto da metodologia de cálculo seguida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em Lisboa. Há, por isso, uma diferença de duas décimas no nível de inflação estimado para janeiro.

Deste modo, a segunda estimativa para a inflação de janeiro avançada pelo INE aponta para uma taxa de 2,3%, superior em 0,9 pontos percentuais à registada em dezembro do ano passado. A aceleração deveu-se, em parte, ao aumento dos preços da eletricidade e ao fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais em Portugal.

Diversidade interna dos níveis de inflação na zona euro

Apesar da descida em janeiro para 2,8% no conjunto da zona euro, o mapa da inflação no grupo das 20 economias continua a ser muito diversificado, com as taxas mais baixas em Itália (0,9%) e na Finlândia, Letónia e Lituânia (com 1,1% cada), e as mais altas na Estónia (5%), Croácia (4,8%) Eslováquia (4,4%) e Áustria (4,3%).

Na Alemanha, a economia de referência na zona euro, a inflação desceu de 3,8% em dezembro para 3,1% em janeiro, continuando acima da média. Nos Países Baixos, outra economia importante do espaço do euro, a inflação acelerou de 1% para 3,1% naquele período.

A fragmentação interna na geografia da inflação na zona euro e os níveis elevados que ainda regista em economias com bancos centrais liderados por ‘falcões’ (como nos casos da Alemanha, Áustria e Países Baixos) limita o campo de manobra do Banco Central Europeu, que reúne o seu conselho a 7 de março para tomar decisões de política monetária.

A inflação em Espanha mantém-se acima da portuguesa e acelerou para 3,5% em janeiro.

Alimentação e serviços são motores da inflação

Os alimentos não processados registaram uma inflação de 6,9% em janeiro e os preços dos serviços aumentaram 4%. Estas são as duas componentes do índice de preços que estão a ‘aquecer’ a inflação. O conjunto dos sectores de alimentação, álcool e tabaco registou uma inflação de 5,6%.

No lado oposto, os preços da energia continuam em deflação (em queda). Em janeiro, caíram 6,1% a nível europeu.

A inflação subjacente - excluindo as componentes mais voláteis da alimentação, energia, tabaco e álcool - abrandou em janeiro para 3,3%, mantendo-se acima do nível de inflação global. O comportamento deste indicador da inflação é importante na análise macroeconómico do Banco Central Europeu.

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