Estas propostas do PS e da AD davam um bloco central: salário mínimo e médio, habitação, apoios sociais, pensões e igualdade
Programas eleitorais do PS e da AD têm muito a dividi-los mas também comungam de vários mínimos denominadores comuns
Programas eleitorais do PS e da AD têm muito a dividi-los mas também comungam de vários mínimos denominadores comuns
Jornalista
Editor de Economia
Editor-adjunto de Economia
Jornalista
Coordenador de Economia
A Aliança Democrática (AD) mais otimista em relação ao crescimento económico e ao mercado do trabalho, o Partido Socialista (PS) mais comedido. A AD quer os fundos europeus do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência canalizados para as empresas, o PS considera que a requalificação dos serviços públicos é fundamental e terá um efeito multiplicador sobre a economia.
A AD quer mais parcerias público-privadas, mais privados a complementarem as falhas no setor público, como a saúde, o PS, não as enjeitando, prefere um reforço do investimento publico. A AD quer um choque fiscal para relançar a economia, o PS prefere descidas seletivas de impostos a beneficiarem setores integrados num programa de política industrial a definir. As diferenças entre os dois partidos, numa renhida disputa eleitoral, são muitas mas também há várias semelhanças estratégicas e aproximações programáticas.
Os dois partidos fogem de temas polémicos. O PS nada diz da TAP, evitando fricções dentro do próprio partido sobre o capital a privatizar. A AD, historicamente favorável à capitalização privada das pensões, não toca no chamado plafonamento, tal como é esquiva em apoios a sistemas complementares obrigatórios.
Luís Montenegro critica o “desrespeito pela proteção da confiança dos investidores, especialmente dos estrangeiros”, citando o caso dos vistos gold e dos residentes não habituais, mas fica por aí – não se compromete em repor os polémicos regimes originais. Pedro Nuno Santos, com pendor redistributivo, foge ao debate sobre o imposto sobre heranças e doações ou sobre o englobamento de todos os rendimentos no IRS.
Em áreas como a política de rendimentos, o salário mínimo, a fusão de prestações sociais numa só, as reformas a tempo parcial, o estímulo ao investimento em PPR (públicos), a igualdade de género, a aposta nas energias renováveis, a solução para a crise dos media, e até no crédito à habitação para jovens há convergência nas propostas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: emiranda@expresso.impresa.pt