Economia

Global Media: diretora da TSF acusa José Paulo Fafe de interferência e vai processá-lo

Rosália Amorim e Inês Cardoso, diretoras demissionárias da TSF e do JN
Rosália Amorim e Inês Cardoso, diretoras demissionárias da TSF e do JN
FILIPE AMORIM/ Lusa

Rosália Amorim afirma que o presidente de executivo da Global Media tentou impor temas e comentadores no Fórum TSF. E face às afirmações proferidas no Parlamento esta terça feira vai avançar com um procedimento criminal contra ele

Global Media: diretora da TSF acusa José Paulo Fafe de interferência e vai processá-lo

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

A diretora da TSF, que apresentou a demissão a 12 de dezembro, acusa o presidente executivo (CEO) da Global Media de ter mentido no Parlamento e de tentar interferir nos conteúdos da rádio.

José Paulo Fafe disse esta terça-feira à noite, na audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, estar “arrependido de ter convidado Rosália Amorim para diretora”. Adiantou que percebeu que tinha feito uma escolha errada a 7 de novembro, dia da demissão do primeiro-ministro António Costa. “Por azar dos Távoras estava a ir para o Algarve e ia a ouvir rádio e não quis acreditar na cobertura que a TSF estava a fazer daquele momento”, contou. A rádio mantinha o conflito israelo-palestino como tema do programa matinal Fórum TSF. Ao ligar à diretora demissionária da TSF, referiu que Rosália Amorim lhe terá dito que “não tinha coragem de dizer ao jornalista Manuel Acácio para mudar o tema do programa”. “Fui acusado de ingerência editorial”, disse Fafe.

Em declarações ao Expresso, Rosália Amorim refere que “o CEO queria impor o tema do Fórum TSF e, nesta e noutras situações, tentou impor comentadores escolhidos por ele. Eu disse simplesmente que não a interferências editoriais".

A jornalista refere que “nesse dia, o Fórum já estava no ar, há uma hora (começa sempre às 10h15), e com um tema escolhido pelo seu editor, Manuel Acácio, como sempre sucede neste espaço de liberdade editorial e de acordo com os factos da atualidade. Nesse dia, em que o primeiro-ministro se demitiu da parte da tarde, era preciso dar notícia e acompanhar os factos, como, aliás, foi feito sempre em antena, a todas as horas e com uma emissão especial que começou à hora do almoço, quando se justificava editorialmente e sem ceder a especulações ou interferências”, acrescentou.

Face à “falsidade e gravidade das afirmações”, a diretora da TSF deu indicação ao seu advogado para “desencadear o competente procedimento criminal”.

Rosália Amorim disse a 3 de janeiro no Parlamento que quando assumiu o cargo em setembro - num processo conturbado que passou pela rejeição do conselho de redação à proposta de direção feita pela administração mas que esta manteve – foi-lhe comunicado que iria haver contratações de 10 jornalistas mas nada disso depois aconteceu. Pelo contrário, começaram a ser-lhe impostos cortes da equipa e cortes de comentadores pelo que menos de três meses após a tomada de posse, a direção da rádio acabou por demitir-se.

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