Economia

Mercados reagem sem sobressaltos ao "governo para o vendaval" de Pedro Sánchez

Os juros das obrigações espanholas a 10 anos desceram ligeiramente desde a investidura de Pedro Sánchez para a liderança do seu terceiro executivo. Na bolsa, o principal índice Ibex 35 subiu durante seis sessões consecutivas. Esta terça-feira cai ligeiramente depois da tomada de posse do “governo para o vendaval”

A crise política aberta em Espanha depois das eleições legislativas de 23 de julho terminou esta terça-feira com a tomada de posse do terceiro executivo chefiado por Pedro Sánchez (PSOE). O editorial do jornal El País já o batizou de “governo para o vendaval” face à oposição aos acordos feitos com os partidos independentistas catalães que garantiram a maioria ao governo de coligação entre o PSOE e o Sumar.

Desde a investidura de Sánchez no Congresso de Deputados, os juros das obrigações espanholas a 10 anos desceram de 3,7% para 3,57% esta terça-feira. Na bolsa de Madrid, o principal índice Ibex 35 registou ganhos acumulados de cerca de 5% durante seis sessões consecutivas até esta terça-feira em que entrou ligeiramente em terreno negativo.

O governo de Sánchez enfrenta em 2024 uma desaceleração da economia de 2,4% para 1,7%, mas prevê baixar o défice orçamental de 4,1% para 3,2% do PIB e o rácio da dívida pública de 107,5% para 106,5% do PIB, segundo as previsões de outono da Comissão Europeia divulgadas na semana passada.

Já depois da investidura de Sánchez, a agência de notação Fitch confirmou o rating da dívida espanhola em A- (idêntico à dívida portuguesa) e a perspetiva (outlook) em estável (significando baixa probabilidade de mexer na notação em próximas revisões).

Segundo as projeções de outono da Comissão Europeia, Portugal registará em 2024 um saldo orçamental de 0,2% do PIB e um rácio de dívida (100,3% do PIB) inferior ao de Espanha, mas o ritmo de crescimento será mais baixo (1,3%). Os juros da dívida portuguesa a 10 anos estão em 3,2%, já muito próximos do custo da dívida belga.

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